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Política

Para deputado, tragédia em desocupação era anunciada desde terça-feira

Francisco Júnior | 31/05/2013 11:32
Para o deputado, a tragédia de ontem pode se repetir se a União insistir na postura omissiva e inerte que vem adotando nos últimos anos. (foto; Divulgação)
Para o deputado, a tragédia de ontem pode se repetir se a União insistir na postura omissiva e inerte que vem adotando nos últimos anos. (foto; Divulgação)

O deputado federal Fabio Trad (PMDB-MS) disse hoje que a morte do índio terena Oziel Gabriel, 35 anos, durante conflito entre indígenas e policiais durante a desocupação da fazenda Buriti, em Sidrolândia é uma tragédia anunciada.

“A morte de Oziel foi prenunciada em reunião ocorrida na terça-feira junto aos ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário), Luiz Adams (Advogado-geral da União) e José Eduardo Cardozo (Justiça). Todos estavam cientes da iminência da tragédia. Inclusive, o próprio Ricardo Bacha foi um dos que clamou de forma desesperada pela adoção urgente de medidas para evitar o que, lamentavelmente, ocorreu ontem”.

Para o parlamentar, a tragédia de ontem pode se repetir se a União insistir na postura omissiva e inerte que vem adotando nos últimos anos. Conforme Trad, por mais que se queira tentar resolver o problema, a solução não virá de discursos ou reuniões protocolares, mas de gestos concretos e posturas efetivas por parte de quem executa e dita às regras do jogo.

“As alternativas para solucionar o problema já são de conhecimento da União. Basta assumir com coragem a responsabilidade de fazê-las. Por isso, e por outras questões, resta-nos acentuar a pressão, como reconheceu o deputado federal Vander Loubet (PT) em seu twitter, para que a governo federal resolva deixar de lado pruridos ideológicos e encare o problema com a ordem jurídica na consciência e o sentimento de brasilidade no coração”.

A fazenda Buriti, de propriedade do ex-deputado estadual Ricardo Bacha (PSDB-MS), integra a Terra Indígena Buriti, que foi declarada pelo governo federal como área de posse permanente dos índios terena, em 2010. Na região, segundo a Funai, vivem de 4.500 índios, em nove aldeias.

O processo de homologação da terra, no entanto, nunca chegou a acontecer, já que os proprietários rurais contestaram na Justiça a decisão do governo e conseguiram, no ano passado, derrubar a portaria declaratória no TRF (Tribunal Regional Federal).

A Funai ainda recorre da decisão. Desde então, os fazendeiros pedem a reintegração de posse das áreas.

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