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Política

Supostos botijões de origem paraguaia são trocados em Paranhos

Zemil Rocha | 09/07/2013 16:18
Botijão da "Copagaz" que teria sido trocado pelo de origem desconhecida (Foto: Hélio Acosta)
Botijão da "Copagaz" que teria sido trocado pelo de origem desconhecida (Foto: Hélio Acosta)
Botijão de suposta origem paraguaia que estava sendo usado em órgão público (Foto: Hélio Acosta)
Botijão de suposta origem paraguaia que estava sendo usado em órgão público (Foto: Hélio Acosta)

Os vereadores de Paranhos que denunciaram ontem o uso de botijões de gás de origem desconhecida, possivelmente paraguaia, em órgãos da Prefeitura Municipal foram hoje de novos aos mesmos locais e constataram que eles foram trocados por produto nacional. “Trocaram os botijões de gás dos dois locais que a gente denunciou”, afirmou Hélio Acosta, que esteve no local com colega de bancada Paulo Rufino, ambos do PSDB.

As visitas tinham acontecido ontem no Posto de Saúde Municipal e no CRAS e os vereadores tinham tirado fotos, para comprovar a irregularidade e demonstrar que os botijões de gás não tinham marca. Nesta manhã de terça-feira (9), os dois vereadores garantem que estiveram nos mesmos locais e constaram a troca por botijões das marcas “Copagaz” e “Nacionalgás”.

O gás de cozinha paraguaio custa quase a metade do preço do brasileiro. Enquanto o nacional é vendido em Paranhos por R$ 45,00 a R$ 50,00, no vizinho Paraguai é comprado por R$ 28,00 a R$ 30,00. “É bem mais barato, mas é diferente do brasileiro e não oferece segurança nenhuma”, afirmou ontem o vereador Hélio Acosta, que está indo hoje a Sete Quedas, onde fica a sede da comarca da região, para apresentar os documentos ao promotor de justiça.

Apesar da economia que pode representar, a compra de produto sem origem pode configurar crime de improbidade administrativa, visto que não haveria como comprovar sua aquisição com licitude contábil, segundo os vereadores denunciantes. Além disso, se os botijões foram “importados” ilegalmente do Paraguai pode haver caracterização de crime de contrabando ou descaminho.

Na noite de segunda-feira (8), o prefeito de Paranhos, Júlio Cesar de Souza (PDT), afirmou inicialmente que não sabia dizer a marca dos botijões de gás, mas cerca de meia hora depois garantiu que são da “Copagas”. Não mencionou o produto da “Nacionalgás”.

Hoje, Júlio Cesar inovou na defesa de sua administração, aventando a possibilidade de os próprios vereadores denunciantes terem “trocado” os botijões de gás ontem e tirado fotos para apresentar denuncia falsa. “Eles mesmos podem ter trocado ontem. Já determinei para o nosso pessoal tirar fotos dos botijões e vamos entrar judicialmente contra esses vereadores”, afirmou.

Segundo o prefeito, há uma ação oposicionista tentando denegrir sua administração. “As coisas que eles (os vereadores denunciantes) fazem é só para prejudicar a nossa administração. Se quisessem realmente exercer o papel de fiscalização, tinham ido no setor de compras da prefeitura, visto os documentos, as notas fiscais e ido no mercado o que foi licitado para ver se teve irregularidade”, argumentou.

Indagado se os chefes dos órgãos da prefeitura, que foram nomeados por ele, não deveriam então denunciar a “troca” de botijões diante de uma eventual “armação” de vereadores oposicionistas, o prefeito respondeu que esse funcionários poderiam não estar no local. Além disso, na primeira visita ao Posto de Saúde Municipal, segundo os vereadores, a coordenadora estava presente e chegou a dizer que o botijão tinha sido adquirido no Mercado Apolo, em Paranhos.

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