Michel Temer pede pacto político em fórum sobre clima e critica rixa ideológica
Para o ex-presidente, Brasil precisa adotar o espírito visto no fórum para resolver as divisões políticas
Nesta sexta-feira (30), Bonito, a 260 quilômetros de Campo Grande, foi palco do Fórum LIDE – COP 30, um evento que funciona como preparação para a Conferência da ONU sobre o clima, a COP 30, marcada para novembro em Belém (PA). A proposta do encontro foi promover um espaço de diálogo e articulação entre líderes políticos, empresários e especialistas em desenvolvimento sustentável, com foco em como aliar progresso econômico e preservação ambiental.
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Em Bonito (MS), o Fórum LIDE – COP 30 reuniu líderes políticos e empresariais para discutir desenvolvimento sustentável, como preparação para a COP 30 em Belém (PA). O evento abordou economia verde, oportunidades de negócio e o papel da agroindústria na sustentabilidade, com destaque para a integração entre produção agrícola e preservação ambiental. Michel Temer defendeu o meio ambiente como ponto de convergência, criticando a polarização política. O ex-presidente pediu um pacto político inspirado no debate construtivo do fórum, lamentando a falta de discussão de ideias nos últimos pleitos e defendendo o debate democrático para superar animosidades e divergências.
Entre os participantes estavam o ex-presidente Michel Temer, o governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), o ex-governador de São Paulo João Dória e o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles. O evento abordou três grandes temas: economia verde, oportunidades de negócio e o papel da agroindústria em um futuro mais sustentável.
Durante os debates, os participantes defenderam a necessidade de fortalecer políticas e práticas que reduzam o impacto ambiental, ao mesmo tempo em que gerem empregos e crescimento econômico. A integração entre produção agrícola e conservação dos biomas brasileiros foi um dos pontos mais discutidos, principalmente por Bonito ser um dos principais destinos de ecoturismo do país.
No encerramento do evento, o ex-presidente Michel Temer discursou e fez questão de enfatizar que o meio ambiente, por sua natureza, deveria ser um ponto de convergência, não de polarização. Para Temer, o Brasil precisa adotar o mesmo espírito de debate construtivo visto no fórum para resolver suas próprias divisões políticas.
“Percebam que aqui há um ambiente de debate de ideias, debate de conceitos, debate de programas, e todos, de alguma maneira, convergem em favor do tema. Mas, ao falar do meio ambiente político, vemos que no país a divergência tem gerado animosidade, separando brasileiros e instituições”, destacou Temer.
O ex-presidente lamentou a falta de discussão de ideias nos últimos processos eleitorais, onde prevaleceram ataques pessoais e divisões acirradas. Segundo ele, a democracia só prospera quando há espaço para ideias diferentes, sem raivosidade ou confrontos vazios. “As ideias têm que ser debatidas, isso é o fundamento da democracia, ideias a favor, ideias contra, para afinal, se chegar à convergência”, disse Temer.
O ex-presidente também afirmou que enxerga no fórum um exemplo de pacto positivo que deve servir de inspiração para um pacto político democrático no país. “Espero que isso se reflita também no nosso país, para que nós possamos fazer um pacto democrático do meio ambiente político do país, para eliminar a ruim, a animosidade e as divergências cruéis, para ir a uma convergência democrática”, concluiu.
Seguindo a mesma linha, o ex-governador de São Paulo, João Doria reforçou a necessidade de participação política de todos os setores, incluindo a sociedade civil e o setor privado. Para ele, a democracia não se constrói apenas dentro dos partidos, mas também a partir do engajamento coletivo. “Não há democracia sem política, bem ou mal, mas é com ela que se faz democracia. Eu entendo que o setor privado deve e precisa ter uma participação na discussão política”, afirmou.
Doria destacou que essa participação não deve ficar restrita ao momento do voto, mas deve envolver discussões sobre o país, inclusive por parte do setor produtivo. “O setor produtivo tem que ter coragem de se manifestar. Nós vamos superar essa fronteira do medo, ter coragem de defender o Brasil, de defender o que é bom e o que é importante para o país, para o seu povo, mesmo que isso fira interesses daqueles que, na política, preferem fazer a defesa de interesses mais pessoais, mais partidários e ideológicos”, declarou.
Para Doria, o ambiente de união visto no fórum precisa ser estendido ao cenário político brasileiro. “Eu tenho defendido a frente do LIDE, sem nenhuma vinculação partidária e muito menos ideológica, que os setores produtivos tenham as suas manifestações feitas e definam claramente quem deverão apoiar nas eleições de 2026 para os governos estaduais, para o Senado, para a Câmara Federal, para as câmaras estaduais e, obviamente, para a Presidência da República”, completou.
