Almir Sater fala de resistência do Pantanal e papel do homem pantaneiro em fórum
Cantor sul-mato-grossense fala sobre impactos das queimadas de 2024 e elogia recuperação do bioma em 2025
O cantor e compositor sul-mato-grossense Almir Sater foi o responsável por abrir o 3ª painel de debates do Fórum LIDE COP 30, realizado nesta sexta-feira (30) em Bonito. O evento, que reúne lideranças empresariais, políticas e representantes de diversas áreas para discutir os desafios e soluções para a sustentabilidade, contou com a presença de Sater para contextualizar a realidade do Pantanal e a contribuição da agroindústria para o meio ambiente.
RESUMO
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Almir Sater, cantor e compositor, abriu o 3º painel de debates do Fórum LIDE COP 30 em Bonito, discutindo a sustentabilidade do Pantanal. Sater, com vasta experiência na região, destacou a importância do homem pantaneiro na preservação do bioma, considerado uma das áreas mais conservadas do mundo. Apesar das severas queimadas de 2024, resultado de uma seca devastadora, Sater ressaltou a recuperação do Pantanal em 2025 com uma cheia inesperada em abril. Ele defendeu o equilíbrio entre as atividades agroindustriais e a conservação, valorizando o conhecimento de quem vive no Pantanal e sua importância ambiental, cultural e econômica.
Com mais de 40 anos de convivência direta com a região pantaneira, Almir Sater iniciou sua fala destacando a importância do homem pantaneiro para a preservação do bioma. Segundo ele, o Pantanal segue sendo uma das áreas mais bem conservadas do planeta, resultado da convivência respeitosa dos habitantes tradicionais com a natureza.
“Já estou há 40 anos no Pantanal e, dentro dele, não vi muitas mudanças. Vimos sim mudanças no entorno, em volta dos municípios. O impacto que os municípios — por menor que seja, causam no Pantanal. Mas dentro dele, o pantaneiro é um grande conservacionista. Temos muitos pantaneiros por aqui e, felizmente, o Pantanal continua sendo uma das regiões mais conservadas do planeta”, declarou.
Sater também destacou os efeitos severos das queimadas de 2024, classificadas por ele como resultado de uma seca devastadora que atingiu não só o bioma, mas também diversas partes do planeta. O cantor lembrou que a gravidade dos incêndios mobilizou esforços conjuntos de diferentes esferas do poder público e das Forças Armadas para controlar as chamas e evitar um desastre ainda maior.
“Tivemos sérios problemas ultimamente com essa seca devastadora que queimou o mundo e o planeta praticamente, não só o Pantanal. Recebemos apoio da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, do governo do estado e do presidente. Conseguimos conter o foco do incêndio no ano passado”, afirmou, ressaltando a importância da atuação coordenada para proteger a região.
No entanto, Almir também trouxe uma mensagem de esperança ao comentar a recuperação do Pantanal em 2025, marcada por uma cheia inesperada em abril, que ele classificou como um presente da natureza e um alívio após os eventos extremos do ano anterior. “Este ano, o Criador foi muito bom com a gente: nunca vi uma cheia em abril! O Pantanal não cansa de surpreender”, comemorou.
O cantor encerrou sua participação no painel afirmando que estava ali mais para ouvir do que para falar, mas deixou clara a necessidade de equilibrar as atividades agroindustriais e a conservação do bioma, destacando o papel de quem vive no Pantanal e conhece de perto sua importância ambiental, cultural e econômica.
Antes da saida do artista do evento, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB) entregou uma placa e uma faixa pantaneira a Almir Sater, conferindo-lhe o título de "Embaixador do Pantanal". Riedel justificou a homenagem destacando a relação profunda do músico com a cultura e a natureza pantaneiras.
“Achei que seria o momento apropriado para decretar o Almir como embaixador do Pantanal por uma questão muito simples: ele significa muito para a natureza e para o homem pantaneiro. Quando fala, vem uma maneira de ser, um jeito de pensar comprometido com a arte de ser pantaneiro”, afirmou o governador.