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Política

TJ acata denúncia contra prefeito afastado por morte de vereador

Marta Ferreira e Viviane Oliveira | 10/01/2012 16:17
O prefeito Alcindo Carneiro, pai do vereador morto: "Justiça está sendo feita". (Foto: João Garrigó)
O prefeito Alcindo Carneiro, pai do vereador morto: "Justiça está sendo feita". (Foto: João Garrigó)

Por unanimidade, a Seção Criminal do TJ (Tribunal de Justiça) acatou, nesta terça-feira, a denúncia de homicídio contra o prefeito afastado de Alcinópolis, Manoel Nunes da Silva (PR), apontado como mandante do assassinato do presidente da Câmara Municipal, Carlos Costa Carneiro, em outubro de 2010.

Mais de cem pessoas, entre familiares e amigos do vereador morto, fizeram uma manifestação no Tribunal, para que a denúncia fosse aceita, o que pode levar o prefeito afastado banco dos réus, em um júri popular.

Atual prefeito da cidade, o pai do vereador morto, Alcindo Carneiro, disse que estava feliz. “Graças a Deus, a Justiça está sendo feita”, afirmou. “Ele vai pagar pelo crime por muitos anos na cadeia”, afirmou.

Carneiro disse que, embora confiasse na Justiça e no desembargador que relatou o processo, Romero Osme Dias Lopes, temia que a acusação fosse rejeitada.

“A primeira batalha foi vencida. Tem tudo para por essas pessoas na cadeia, pois as provas são contundentes”, afirmou a irmã do vereador assassinado, Rosangela Costa Carneiro. Além do prefeito, três vereadores e três homens acusados da execução do crime são processados

Sobre a ida de parentes e amigos do político ao TJ, o prefeito de Alcinópolis, que era vice-prefeito assumiu o cargo após o afastamento de Manoel Nunes, Alcindo Carneiro afirmou que as pessoas vieram até Campo Grande “por amizade”.

A aceitação da denúncia pelos desembargadores da Seção Criminal significa que eles entenderam que há indícios fortes de que Manuel Nunes tenha encomendado a morte de Carlos Costa Carneiro. O julgamento havia começado antes do recesso de fim de ano e foi concluído agora.

Manoel foi preso em 20 de julho e solto no dia 29 de setembro do ano passado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), sob condição de não se aproximar da prefeitura. O advogado dele, Renê Siufi, não comentou a aceitação da denúncia.

Crime político-Os vereadores Eliênio Almeida de Queiroz (PR), Valter Roniz Dias de Souza (PR) e Valdeci Lima de Oliveira (PSDB) também foram denunciados por encomendar a morte de Carlos Antônio. Os três chegaram a ser presos em julho de 2011, sendo soltos em 12 de agosto. O processo contra os parlamentares corre na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

Na denúncia contra os vereadores, o promotor Douglas Oldegardo dos Santos cita a disputa política no município. “Apurou-se que o crime teve motivação torpe, quais sejam as desavenças políticas existentes entre a vítima e os denunciados, os quais compunham o grupo político liderado pelo Prefeito Municipal de Alcinópolis/MS, enquanto a vítima fazia parte do grupo político de oposição”.

Com a morte do vereador, Valter foi eleito presidente e o suplente Valdeci assumiu, dando maioria na Câmara ao prefeito. Eles são acusados por homicídio com motivo torpe e emboscada.

Os três homens acusados da execução do crime foram presos no dia do assassinato, minutos depois, e aguardam julgamento.

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