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Saúde e Bem-Estar

Órgão federal rejeita inclusão de canetas emagrecedoras no SUS

Medida foi recomendada ao Ministério da Saúde pelo impacto financeiro

Por Gustavo Bonotto | 22/08/2025 22:49
Órgão federal rejeita inclusão de canetas emagrecedoras no SUS
Caixas do Wegovy e da Ozempic, canetas emagrecedoras que se tornaram tendência no começo do ano. (Foto: Arquivo/Reuters)

Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde) recomendou ao Ministério da Saúde que a liraglutida e a semaglutida não sejam incorporadas ao SUS (Sistema Único de Saúde). Os medicamentos, conhecidos como canetas emagrecedoras, são agonistas de GLP-1. O pedido de inclusão foi feito pela farmacêutica Novo Nordisk, fabricante do Wegovy, que contém semaglutida.

RESUMO

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A Conitec rejeitou a incorporação das canetas emagrecedoras, liraglutida e semaglutida, ao SUS. O Ministério da Saúde justificou a decisão baseando-se em análises de custo-efetividade e impacto financeiro, estimado em R$ 8 bilhões anuais. A Fiocruz firmou acordo com a EMS para produção nacional dos medicamentos.A Anvisa intensificou o controle da prescrição e dispensação das canetas emagrecedoras, incluindo dulaglutida, exenatida, tirzepatida e lixisenatida, devido a relatos de eventos adversos. Entidades médicas apoiam a retenção de receitas para evitar o uso indiscriminado e proteger pacientes que necessitam do tratamento. A venda sem receita, ainda que irregular, é frequente, e a legislação atual não prevê a retenção da receita.

O Ministério da Saúde informou que as decisões da Conitec consideram evidências científicas sobre eficácia, segurança e análises de custo-efetividade. Segundo a pasta, a incorporação desses medicamentos teria impacto financeiro estimado em R$ 8 bilhões por ano.

O comunicado destacou acordos firmados entre a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e a EMS para produção da liraglutida e da semaglutida. Os acordos envolvem transferência de tecnologia do IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) e do medicamento final para Farmanguinhos, unidade técnico-científica da Fiocruz.

Desde junho, farmácias e drogarias começaram a reter receitas de canetas emagrecedoras. Além da semaglutida e da liraglutida, a categoria inclui dulaglutida, exenatida, tirzepatida e lixisenatida.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu controlar mais rigorosamente a prescrição e dispensação desses medicamentos. A medida entrou em vigor 60 dias após publicação no Diário Oficial da União e visa proteger a população, diante de relatos de eventos adversos pelo uso fora das indicações aprovadas.

Entidades médicas, como a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), a SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) e a ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica), defendem a retenção de receitas. Elas alertam que o uso indiscriminado pode prejudicar pacientes que realmente necessitam do tratamento.

A Anvisa explicou que a venda sem receita, embora irregular, ocorre com frequência. A legislação exige receita para dispensação, mas não prevê retenção, o que facilita o acesso indiscriminado e expõe indivíduos a riscos.

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