Profissionais da saúde também sentem dor, mas demoram mais para admitir
E quando esses profissionais finalmente pedem ajuda, a dor já está atrapalhando o próprio trabalho
Médicos, dentistas, enfermeiros, fisioterapeutas… Eles chegam até mim dizendo: “Eu sabia que ia piorar, mas não consegui parar antes.” Porque quem cuida dos outros carrega duas dores ao mesmo tempo: a física e a responsabilidade.
O corpo deles pede socorro muito antes. Mas a rotina intensa, o envolvimento emocional e o desejo constante de ajudar criam um ciclo silencioso: atender, resolver, correr, fazer mais… E quando percebem, já se colocaram no fim da fila.
Profissionais da saúde têm uma conexão profunda com o outro. Trabalham pela empatia, pelo resultado, pela satisfação de ver alguém melhorar. Mas essa entrega tem um preço quando não existe pausa, análise e autocuidado.
O meu trabalho começa exatamente aí: quando o corpo já enviou vários avisos e não dá mais para ignorar. Eu acolho, alivio, observo e ajudo a reconstruir o equilíbrio que a rotina levou embora. Porque não basta tirar a dor — é preciso entender por que ela apareceu e por que foi ignorada tantas vezes.
Nossa dica de hoje é: pare um momento e perceba-se. Observe se você também está colocando sua dor por último. O limite do corpo chega antes do que você imagina — e respeitá-lo é parte do cuidado.
E você? Consegue sentir quando está ultrapassando seu próprio limite, ou só percebe quando já está difícil até trabalhar? Se for o seu caso, agende hoje mesmo a sua avaliação. Seu corpo já pediu ajuda… agora é sua vez de escutar.
(*) Dra. Thais Cristina Leite – fisioterapeuta, formada em 2004 pela UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), com 20 anos de prática clínica. Especialista em Gestão em Saúde/Educação Especial e Inclusiva. Formação em terapia manual, liberação miofascial, mobilização neural, ventosaterapia, terapia floral, método ProCURE, formação em análise corporal e outras técnicas integrativas e complementares em saúde. Siga nas redes sociais: @dra.thaiscristinaleite.
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