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Capital

Crianças e adolescentes já causaram 80 acidentes de trânsito na Capital

Aliny Mary Dias | 26/10/2013 10:12

O assunto é unanimidade entre os órgãos ligados ao trânsito: é cada vez mais comum encontrar adolescentes conduzindo motos ou carros nas ruas de Campo Grande. Do início do ano até agora, o Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito) registrou 80 acidentes onde crianças e adolescentes eram os motoristas.

O último acidente registrado na Capital que terminou em morte ocorreu no último sábado (19) quando um adolescente que conduzia uma YBR Yamaha colidiu a moto na traseira de outra motocicleta. A colisão ocorreu em frente ao Shopping Campo Grande na Avenida Afonso Pena e o adolescente morreu na hora.

Segundo os dados do Detran, este ano o trânsito de Campo Grande registrou 12 acidentes onde crianças de zero a 11 anos conduziam veículos, destes, 10 envolveram vítimas. Outros 68 acidentes possuíam adolescentes de 12 a 17 anos como condutores. A maioria das colisões, 61 delas, teve vítimas.

Já nos registros do BPTran (Batalhão de Polícia de Trânsito), este ano 46 acidentes envolveram adolescentes na direção dos veículo. No ano passado, o número foi ainda maior, 117 adolescentes dirigiram veículos e causaram acidentes na Capital.

O problema é tão sério que o Detran desenvolve em parceria com a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) um projeto voltado para adolescentes que são apreendidos conduzindo veículos. Após encaminhamento da Justiça, os meninos participam de palestras do Premi Júnior que podem durar até três meses dependendo do caso.

O assessor de pscicologia do Detran, Renan da Cunha, explica que o objetivo do programa é conscientizar pais e adolescentes sobre os riscos de entregar ou dar veículo para os filhos menores de idade.

“Nós identificamos que os adolescentes têm fascinação com os veículos. Em uma pesquisa, mais de 90% deles afirmaram que são mais bem vistos em uma festa se chegarem de carro, por exemplo”, explica o psicólogo.

Além de conscientizar os adolescentes demonstrando os perigos de conduzir um veículo sem conhecer as regras de trânsito, o projeto também esclarece aos pais que a responsabilidade sobre os filhos é deles.

“Os pais são os responsáveis e nós temos essa conversa com eles. Nas últimas palestras, os pais vão com os filhos para a rua para identificar as situações de risco”. Em todo o ano, uma média de 200 adolescentes são atendidos pelo programa.

Sobre a aceitação dos adolescentes em relação aos ensinamentos, Renan explica que a maioria é resistente, mas no fim do projeto apresenta uma mudança de comportamento. “Eles chegam aqui bem duros depois de um sermão do policial e do juiz, mas logo entendem que nosso caminho é o diálogo e demonstram compreensão”, afirma o psicólogo do Detran.

Culpa – Para a subcomandante do BPTran, major Itamara Romeiro, é dever de todos que possuem carros ou motos guardar as chaves do veículos longe de crianças, adolescentes ou pessoas não habilitadas.

“O dono do veículo responde por qualquer situação que envolva o automóvel independente se ele estiver dirigindo. Todos precisam ter responsabilidade e precisam contribuir”, diz a major que reforça que quem entregar o veículo para adolescente ou pessoa não habilitada comete infração gravíssima.

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