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A Reforma ortográfica, bitucas e sustentabilidade

Por Lívio Giosa (*) | 11/05/2011 10:56

É para refletir. O que têm de comum estas palavras do título do artigo? Vamos por partes. Primeiramente, a definição. Sustentabilidade é um princípio de uma sociedade que mantém as características necessárias para um sistema social justo, ambientalmente equilibrado e economicamente próspero por um longo período de tempo.

Com este entendimento, pressupõe-se a nova posição da sociedade sobre o tema em si e sobre a questão dos impactos das mudanças climáticas.

São mais do que notórias as alterações constantes, concretas e sérias que o clima vem demonstrando. O aquecimento global, à luz do aumento das emissões de CO2, nos leva a novas atitudes individuais e coloca em jogo a necessidade imediata de mudanças de comportamento frente a estes impactos.

E aí, uma coisa puxa a outra.

Veja e avalie estas duas situações.

Com a reforma ortográfica, centenas de milhares de livros de português estão condenados ao desuso. O que fazer com eles? Não dá para doar (pois não servirão para estudo), não dá para lê-los em salas de aulas ou séries. Realmente, não dá mais para utilizá-los.

O que foi feito, então, deste imenso material? Foi tudo para o lixo!

Pouquíssima preocupação com a reciclagem, a destinação final dos exemplares que viraram resíduos não foi aproveitada na quase totalidade dos municípios do Brasil.

Cena comum, que teve atenção e tristeza dos poucos preocupados com o meio ambiente e sem nenhuma atenção dos executivos públicos e sua gestão sustentável.

Por outro lado, a proibição do fumo nas áreas fechadas, através de Lei em vigor no Estado de São Paulo, teve um fim comum a todos os fumantes: quem praticar o vício, então que o faça lá fora!

E aí, quem se prejudicou foram as cidades. Nunca se viu tantas bitucas de cigarros no chão! E o pior é que agora elas se concentram em quantidades incalculáveis em pontos comuns: portas de bares, restaurantes, shoppings, estações, prédios comerciais e outros locais de grande concentração.

O que antes estava disperso nas calçadas e sarjetas das ruas, agora, juntas, elas provocam muitos problemas. Sujeira total que se multiplica na chuva, estufando e entupindo todos os bueiros próximos.

Não há nenhuma atenção para minimizar esta constatação, nem processo de reciclagem e nem uma criativa forma de destino, guarda e reuso destes resíduos.

A conclusão que queremos chegar é que a questão da sustentabilidade deve, imediatamente, assumir uma condição prioritária na vida das pessoas e, principalmente, dos agentes públicos.

O livro e a bituca são duas amostras simples do quanto a falta de políticas públicas e conscientização da sociedade acabam influenciando o nosso dia-a-dia, mexendo com as nossas zonas de conforto e nos levando a novas escolhas que darão o sentido exato da nossa vida que pode sim ser sustentável.

É o poder que temos em enxergar que novas atitudes deverão ser tomadas imediatamente para minimizarmos os impactos de nossas ações em relação ao meio ambiente e às emissões de carbono.

Só assim, teremos certeza que estaremos abraçando a causa e tentando

proporcionar um novo modelo de vida em sociedade.

E aí, certamente, os nossos filhos e netos, herdeiros do futuro, agradecerão.

(*) Lívio Giosa é presidente do IRES (Instituto ADVB de Responsabilidade Socioambiental) e vice presidente da ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil).

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