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Como se procura um médico

Por Roberto Cisneros (*) | 11/02/2016 15:06

Normalmente, todos precisam de um profissional da área médica em algum momento de sua vida. Durante a nossa infância, somos acompanhados pelo pediatra onde fomos levados por nossos pais; porém, como adultos, nossos problemas de saúde são outros e quase sempre não tivemos necessidade de buscar outros profissionais para atendimentos, pois experimentamos um período, fora pequenos acidentes, onde a busca por médicos não é necessária.

Quando nos tornamos adultos, acima dois 25 anos, começam a aparecer pequenos problemas (muitas vezes grandes problemas), que nos obrigam à busca por profissionais especializados.

Como proceder nessas situações? Principalmente se levarmos em conta que a medicina é extremamente dinâmica, cada vez mais especializada, bem diferente de bem poucos anos anteriores onde o domínio do conhecimento médico de cada profissional era vasto, geral, mas pouco profundo, e hoje é cada vez bem mais profundo (e mais ainda amanhã) e sobre áreas especificas.

O que deveria nortear a busca por profissionais para seu atendimento ou do familiar seria muito similar àquelas buscas por médicos feitas por hospitais qualificados na América do Norte, para compor seu corpo clínico, ou seja, formação, qualificação, índole, capacidade de relacionamento entre colegas e pacientes, etc. Infelizmente, esse tipo de informação nem sempre está disponível para a área leiga e o usuário acaba fazendo sua busca através de amigos/nomes de lista de convênios, o que nem sempre se mostra adequado.

Nesse sentido, seria interessante, quando nos encontramos nessa situação tomar por base algumas considerações e sequências a seguir: em primeiro lugar consulte seu medico geral de confiança para saber, em função do seu problema, quem deva procurar. Agora, de posse dessa informação, busque na lista de seu convenio quem são os profissionais dessa área ou se você tiver um pouco mais de recursos econômicos, busque os mais reconhecidos na sua comunidade (uma consulta paga não acaba com ninguém).

Profissionais melhores e mais reconhecidos são aqueles de origem acadêmica melhor (melhores escolas), melhores serviços médicos, pós-graduações mais conceituadas (residências medica / sub especializações) onde há inclusive ranking disponíveis na internet para isso.

Veja bem, as pós-graduações acadêmicas representam qualidade do profissional para a vida universitária (como o mestrado/doutorado/pós-doutorado...), mas nem sempre o qualifica com mais conhecimento e experiência para a vida profissional aqui fora.

Bom, agora, de posse dessas informações, onde você deve ter encontrado profissionais de boa formação e com atualizações constantes (busque no site pessoal desse profissional essas informações) você pode marcar sua consulta, ou mesmo duas ou mais consultas com profissionais diferentes, pois você pode querer ouvir mais opiniões; nos EUA o paciente sempre ouve mais de uma opinião, mas acaba tratando de seu problema com o profissional que mais lhe agradou dentre aqueles de opinião semelhante.

Vale salientar que a informação auxiliar de amigos ajuda muito sobre a personalidade, a índole do médico, que é fundamental no relacionamento, afinal, educação, atenção, humanidade, clareza são obrigações do ser humano, não deveria ser um “plus”, pois isso não se conquista na faculdade ou residência e sim no “berço”.

Opiniões de amigos também não devem servir para indicar o melhor medico para determinada doença baseadas em resultados, pois doenças são diferentes, as condutas médicas podem ser diferentes para cada doença, as respostas a tratamentos feitas dependem de uma gama de fatores e assuntos colocados de forma inapropriada por leigos sobre determinado caso, pode nos levar a condutas ou escolhas erradas, afinal, em nosso meio latino, difunde-se a falha ocorrida com muita veemência (que pode ter sido uma) e esquece-se os mil casos com resultados espetaculares.

Não devemos nunca esquecer que a medicina curativa é uma profissão de “meios” e não de “fins”, ou seja, o médico vai procurar fazer o melhor de si para tratar aquele paciente(são os “meios”) e nunca garante ou afirma que o paciente vai ficar final dessa ou daquela maneira (os “fins”).

Com o advento das mídias, algumas informações de profissionais podem não ser verdadeiras nesses veículos e carecem de maiores verificações. O fundamental dessa busca de um médico é sempre a união do conhecimento (formação + atualizações) com a experiência (tempo de trabalho na área).

(*) Roberto Cisneros é médico ortopedista, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Sociedade Internacional de Cirurgia de Joelho e Ortopedia do Esporte

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