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E agora, em quem vota o gabiru?

Por Ivo Campos (*) | 04/02/2011 06:07

Quem sabe contar bem essa história é o meu amigo Ribeiro Arce Sem Disfarce. Ele foi o cara que imortalizou o termo “Gabiru” em nossa cidade. Em artigo publicado nos jornais online no dia 06/01/2009, Ribeiro conta que trabalhava na TV Sul- America (Sucursal da TV Morena) junto com o jornalista José Henrique Marques, hoje Diretor responsável do Jornal "Folha de Dourados".

Zé Henrique, como é chamado pelos colegas, recomendou a Ribeiro que lesse uma matéria publicada na capa da Folha de São Paulo intitulada de “Homem Gabiru”. Após a leitura, ele conta o que lhe chamou atenção na matéria sobre a miséria no Brasil, que enfatizava as contradições de um país “rico”, que, no entanto, gerava o raquitismo causado pela fome, a desnutrição e a ignorância no sertão de Alagoas.

A inspiração para a matéria tinha sido a imagem de um homem raquítico de pouco mais de um metro e trinta de altura e com uma “renca” de filhos. O que lhe impressionou na época foi à astúcia desse homem, que apesar de todo o sofrimento relatado, quando lhe indagaram sobre em quem havia depositado o voto direto para Presidente da República na primeira oportunidade após os anos de chumbo, ele respondeu: “Votei no Lula”.

Depois dessa, empolgado, tratou de reproduzir entre os companheiros o vocábulo recheado de um conteúdo do qual havia se encantado: O Gabiru.

Desde os tempos em que o Ribeiro trabalhava na TV Morena, me lembro bem dessa história, pois eu era Presidente da Associação dos Moradores do Jardim Água Boa e ambas as funções estreitavam a nossa comunicação. Fizemos faculdade de História na UFMS, trabalhamos na educação, sem nunca perder de vista nossas origens, pois, sempre ficamos ao lado dos trabalhadores.

E agora eu lhe pergunto meu amigo “Gabiru”, em quem o povo deve votar? O seu Zé da garaparia, o pedreiro, o “Gabiru” borracheiro, motorista, a dona da casa, os professores, os comerciantes, etc., muitos inclusive decepcionados com a desastrosa administração Artuzi.

Temos outras opções (...) mas como bom corintiano, você sabe que o nosso povo tem mania de apostar em “cavalo” que já “ganhou”, ou seja, muitos acabam votando de acordo com as pesquisas, apesar de termos conhecimento da manipulação entorno do resultado apresentado por tal enquete. Sabemos que não é mera coincidência a vinda do governador André Puccineli e do empresário Antônio João, dono do Grupo Correio do Estado, responsável pela realização da pesquisa, justamente no dia em que os números foram repassados a imprensa local.

Após a operação URAGANO, deflagrada pela Polícia Federal, que mandou para as grades o prefeito Ari Artuzi e sua corja, fomos para as ruas, pedimos eleições diretas para prefeito. No entanto, os partidos que sempre estiveram ao lado dos trabalhadores (Gabirus), preferiram fazer um pacto com a elite e muita gente ficou sem referência, já que o eleitorado está refém de um processo eleitoral que só beneficia o candidato que representa a Universidade Privada e o Agronegócio.

(*) Ivo Campos é professor da Rede Municipal de Educação- Dourados- MS.

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