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Educar é tudo isto e muito mais ...

Por Domingos Aguilar Marques (*) | 29/07/2017 10:56

O Educador possui papel fundamental na transformação do mundo, pois ele é responsável por trabalhar com a matéria prima de toda a mudança, o aluno.

O professor consciente de sua vocação consegue motivar seu aluno a descobrir-se a si mesmo e o mundo onde está, assim, o leva a conscientizar-se de seu papel como protagonista da história.

Pode o educador em seu processo motivar o aluno a uma mente reflexiva autônoma, capaz suficientemente de desprendê-lo de qualquer sistema que o leve a estagnação de seus ideais dos quais ele não escolheu entrar, porém tem toda a força para sair de situações que o levam a escravidão do pensamento.

Seja professor ou aluno, sociedade livre ou não, as principais mudanças sempre serão as que acontecem em nosso mundo interior e que através das atitudes impactam todo o exterior. Todos já somos professores e sempre seremos alunos, embora livres teremos sempre do que nos libertar, cabe-nos então, levar este “processo educativo reflexivo filosófico” para toda a vida.

Educar é levar o homem a um verdadeiro processo de desenvolvimento pessoal, social, cultural, etc... Esta visão é tão cara a sociedade e por vezes tão negligenciada, por quem de fato pode mudar esta realidade.

O papel da educação passa por todo o processo do ser, desde a infância a idade adulta. O homem que vive na integralidade consigo e com o mundo trilha o caminho da transformação, ao passo em que isso se dá de forma mesquinha no mundo em que vivemos.

O homem pode se ver, e ao se ver, vê o outro como seu semelhante, seu próximo, passando assim a um processo de convivência, e não só de vivência,, abrindo-se à capacidade de reflexão para tão bem gerir este mundo. Para isso a sociedade e o mundo precisam de educadores capazes de fazer os educandos descobrirem o caminho da integralidade.

Assim precisamos de Educadores que não tenham preguiça de estudar, de se capacitar, de sonhar, que não se frustrem com os desafios e obstáculos, mas que façam destes limites, caminho de superação e de ressignificação. Pode nos parecer utópico, mas o que é de nós sem nossos sonhos, nossas utopias?

Descobrir-se como um “ser”verdadeiro, isto é, o “eu-no-mundo” transcende a retomada da autoconsciência, ou seja, vai além de se reconhecer como sujeito cognoscente, pois além de conhecer é preciso estar no mundo, e estar no mundo implica construí-lo.

Tal processo mostra o educador Demerval Saviani ao apontar a saída do senso-comum para a atividade filosófica, saída esta em que levará o homem a alcançar a verdadeira essência não revelada pelas “pseudoconcreticidades”, falsos problemas que ludibriam ao senso-comum.

Ao alcançarmos a criticidade entendemos os verdadeiros problemas das relações humanas, relações estas que constroem a história e, portanto, constroem nosso “eu”.

Educar é formar-se na liberdade, e não apenas um processo de transmissão de conhecimentos. É direcionar quem se ensina a um horizonte de descobertas. Não há como educar alguém a não ser se educando simultaneamente. Educar é levar o educando às raízes essenciais da vida social.

Educar é doar aquilo que o outro levará para o resto de sua vida, e assim terá a consciência de que é um ser capaz de construir sua própria história.

Educar, numa análise mais aprofundada seria a meu ver ajudar o outro a buscar e construir sua própria independência intelectual. Nós, Homo Sapiens, somos os animais mais frágeis fisicamente ao redor da Terra. Não temos garras, não temos dentes afiados, não temos veneno, muito menos carapaça para defesa. Coube a nós a última esperança de sobrevivência, de nos unirmos e nos adaptarmos a situações novas e desafiadoras e que para isto é preciso nos munirmos do conhecimento.

Vem da socialização o grande poder do Homem e socializar é educar. Desde os primeiros caçadores coletores até nossa geração “Cgbord”(meio Homem/Meio Máquina) nosso processo de se tornar alguém no mundo, alguém atuante e construtor da sociedade passa por um processo intenso de educação.

Desde o avô que educa com suas histórias até o peão que ensina o filho do patrão a montar. Toda mediação de conhecimento é educação, toda educação leva a consciência, toda consciência leva ao desejo de ser mais, e todo desejo de ser mais leva ao querer se conhecer mais e este é um passo importante para o despertar em busca do ideal do Homem em se tornar cada vez mais humanizado.

(*) Domingos Aguilar Marques é formado em filosofia e pedagogia e mestre em educação.

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