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Gracias, Valdir Gomes

Por Heitor Freire (*) | 25/08/2015 10:22

Depois de um longo e tenebroso inverno, bota tenebroso nisso, o nosso Horto Florestal recebeu finalmente “um banho de loja”.

Um pouco de história: foi ali mesmo, onde nasceu a nossa cidade, na confluência dos córregos Prosa e Segredo que, em 1912, no dia 11 de outubro, o então Intendente José Santiago, reservou uma área de terras, dotada de características próprias de vegetação, onde os dois braços dos córregos se juntaram para dar origem a um rio de grande importância para a região, o Anhanduizinho. Certamente, o Intendente já vislumbrava ali área importante a ser preservada para Campo Grande.

No dia 11 de outubro de 2012, o nosso Horto completou 100 anos do ato de reserva da área, exatamente quando Campo Grande completou 35 anos de sua elevação a capital do novo estado, com a lei complementar nº 31 de 11 de outubro de 1977, que criou o estado de Mato Grosso do Sul, desmembrado do estado de Mato Grosso.

Em 1956, Antônio de Albuquerque, antigo funcionário da prefeitura, assumiu a direção do Parque Municipal. Daí, essa área de mais de seis hectares, passou a ser chamada de Horto Florestal e a constituir a sede do Serviço de Parques e Jardins da Prefeitura.

Suas características sempre se mantiveram preservadas, pois o Horto produzia muitas espécies de árvores para a arborização não só da cidade de Campo Grande, como também para as cidades vizinhas, inclusive Cuiabá, que na época era capital do estado.

O Horto tem como denominação Parque Florestal Antônio de Albuquerque, numa justa homenagem a quem tanto se dedicou à sua consolidação.

Na primeira administração de Antônio Mendes Canale, em 1963, Wisterman Chaparro foi admitido como funcionário da prefeitura, e logo depois assumiu o departamento de parques e jardins de Campo Grande. Foi o grande continuador da obra de Antônio de Albuquerque, com a mesma filosofia, trabalho e dedicação. O Chaparro chefiou esse departamento por mais de trinta anos.

E assim, ao longo dos tempos, o nosso Horto Florestal foi sendo administrado e cuidado pela prefeitura. Quando Juvêncio César da Fonseca foi prefeito, em 1995, o Horto recebeu a paginação atual com um projeto do arquiteto Élvio Garabini.
Na administração André Puccinelli foi novamente reformado sendo assinado um convênio com o Sesc que passou a gerenciar o Horto. Esse convênio não foi renovado durante o mandato de Nelson Trad Filho.E o parque ficou ao deus dará.

Ultimamente o Horto foi relegado a um abandono total. Agora, com o secretário da Semadur, Valdir Gomes, foi finalmente restaurado, faltando ainda alguns equipamentos nos banheiros, ou seja, faltam alguns detalhes. Mas o prefeito Gilmar Olarte, talvez na busca desenfreada para recuperar a sua imagem, decidiu inaugurar o Horto antes que ele estivesse totalmente pronto.

É próprio de alguns políticos agirem dessa forma. Na semana passada a presidente Dilma Rousseff inaugurou um trecho da transposição do Rio São Francisco que não está concluído ainda. É a busca da popularidade perdida. Atos como o da presidente e o do prefeito, longe de beneficiá-los, acabam distanciando-os cada vez mais do reconhecimento popular.

Mas hoje estou agradecendo ao secretário Valdir Gomes que, com todas as dificuldades de recursos, embora descaracterizando em parte a aparência original do parque, soube, com criatividade e competência, dar ao nosso Horto um aspecto limpo e agradável, recuperando a energia que ali sempre se manifestou. E já que está também recuperando as calçadas do entorno, poderia implantar o piso tátil.

Neste mês em que nossa linda e querida morena completa 116 anos, a população pode desfrutar novamente do Horto Florestal.

Gracias, Valdir.

(*) Heitor Freire é corretor de imóveis e advogado.

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