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Idas e Vindas

Por Heitor Freire (*) | 23/07/2017 15:12

Os filósofos gregos ensinavam com muita propriedade: Conhece-te a ti mesmo. Essa ideia representa a pedra angular da evolução humana. Se não nos conhecermos passaremos pela vida sem nunca tê-la vivido.

O desconhecimento de nossa verdadeira natureza estabelece o medo da morte, gerando uma grande dúvida sobre o nosso verdadeiro ser e o nosso destino.

A morte é inevitável, como todos sabemos. É preciso entender, no entanto, que ela não é um fim em si mesma. Pelo contrário, ela é a porta de entrada para a nossa pátria verdadeira. Nós já morremos certamente dezena de vezes, ou centenas.

Quando morremos voltamos à nossa origem. Nós conhecemos o caminho. Já fizemos esse percurso muitas vezes. Voltamos para reencontrar nossos amigos e parentes que já partiram, para recarregar nossas baterias.

Falta ao ser humano a dimensão da eternidade. Todos já nascemos eternos.
A ignorância da realidade da vida é que causa toda apreensão. Precisamos entender, aceitar, confirmar e praticar o ensinamento verdadeiro.

Seguindo esses quatro passos, começa a despontar o horizonte real. Primeiro, entender. Fica muito claro que a encarnação atual é passageira. Todos já vivemos o fenômeno da morte com nossos parentes e amigos que nos antecederam. Então basta raciocinar para entender que, naturalmente, chegará também o dia da nossa partida. A inteligência nos ensina a nos preparar para o grande momento e não a temê-lo.

Outro ponto a ser considerado é que a única explicação lógica para a diversidade de situações que as pessoas vivem só pode ser entendido pela reencarnação. Não há como justificar que algumas pessoas nascem, vivem e morrem em condições de miserabilidade enquanto outros nascem, vivem e morrem em berços de ouro. Sem a reencarnação seria injusto. Colhemos sempre o que plantamos. Nesta vida ou em vidas anteriores. Nada escapa à lei. Da mesma forma que recebemos o bônus de nossos atos virtuosos, arcaremos com o ônus de nossos erros.

Portanto, nada acontece por acaso. O segundo passo é aceitar essa realidade. Nada que se faça poderá mudar a morte de cada um. Então aceitar é uma questão de inteligência.
Assim, com um exercício de sabedoria chegamos ao terceiro passo: a confirmação. Confirmando naturalmente o que já foi exposto, passamos para o quarto passo: a prática. Que nos conduz ao desapego, o grande salto a ser dado.

Nós somos apegados aos nossos familiares, aos nossos empregos, às nossas propriedades, como se eles fossem eternos e nos pertencessem verdadeiramente. Chegamos sem nada e partiremos sem nada. Nem nossos corpos que muitas vezes cultuamos com veneração, vamos levar para a espiritualidade. Levaremos o nosso espírito enriquecido com nossas experiências.

O que é que causa no ser humano a discórdia, o conflito, a guerra, a disputa, a briga, o querer ser mais ou melhor do que o outro? É o desconhecimento da realidade verdadeira de cada um. É a ilusão.

Querer que o tempo volte, e que as lembranças magníficas já vividas se repitam é também pura ilusão. Querer novas histórias, maiores e ainda melhores é o estímulo para o nosso desenvolvimento interior e pessoal.

Todos nós somos considerados igualmente pelo nosso Pai Altíssimo. Para ele não há diferença entre nós.

As idas e vindas fazem parte do nosso itinerário. Vamos percorrê-lo com consciência e o coração pleno de gratidão.

(*) Heitor Rodrigues Freire é Corretor de imóveis e advogado.

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