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MS no corredor Polonês

Gilson Cavalcanti Ricci | 27/06/2013 14:01

Mato Grosso do Sul se exprime entre dois entraves: na região noroeste do Estado, fundamentalistas ambientais se arvoram guardiãs do Pantanal; na região centro-sul, índios bravios exigem à força a imediata demarcação de terras. No primeiro caso, o aproveitamento econômico das riquezas do Pantanal encontra fortíssima resistência de ambientalistas fanáticos. No segundo caso, o litígio criado pela FUNAI instiga os índios a invadir e destruir propriedades rurais produtivas, expulsando os proprietários e suas famílias.

Pode-se dizer que o MS atualmente está na mesma situação da Polônia no limiar da segunda guerra mundial, quando fora atacada pelos nazistas alemães, que se julgavam donos de uma faixa de terra de 12.000 km2, situada dentro do território polonês, a qual os historiadores denominam de “Corredor Polonês”. No outro lado da Polônia, ao norte, os russos comunistas apoderaram-se de mais da metade do território polonês, ficando a Polônia exprimida entre a Rússia comunista (URSS) e a Alemanha nazista.

Perdoe-me leitor, pela comparação que traço entre MS de hoje e a Polônia de 1939, mas o estado de guerra que estamos vivenciando no momento não é muito diferente da véspera da segunda guerra mundial – guardadas as devidas proporções -. Para se ter idéia do significado do título deste artigo, veja as dimensões das áreas estaduais entravadas: as demarcações programadas pela FUNAI abrangem a extensão de 119.386 km2 situada em 28 municípios; a extensão do Pantanal no MS é de 138.163.

Nesse ciclo, MS perde 257.549 km2 de áreas produtivas, por questões meramente ideológicas, criadas no imaginário de pessoas envolvidas com a preservação da ecologia de um lado, e de outro com comunismo e religião.

Mais prejudicial este último grupo por incitar a violência no campo, como ocorre em Sidrolândia e Aquidauana, o que representa péssima propaganda aos interesses econômicos de Mato Grosso do Sul, exatamente no momento de grande euforia econômica, quando fortes investidores começam a se interessar pelo Estado como fonte produtiva de riquezas.

“A quem interessa o crime” - eis a indagação clássica de Sherlock Holmes ao iniciar suas investigações -. Podemos fazer a mesma indagação a respeito do momento trágico em que vive nosso Estado. Não sou nenhum Sherlock, porém vislumbro o dedo satânico de políticos incomodados com o sucesso da economia estadual, os quais certamente lucrarão estratégicos dividendos eleitoreiros com a desestabilização da paz no campo - mesmo com o sacrifício de tudo quanto foi conquistado até agora pela inteligente estrutura político-administrativa implantada atualmente no MS.

O semblante dos opositores revela satisfação íntima pelo que ocorre em Sidrolândia e Aquidauana. Veja a frágil atuação deles perante o governo federal, a quem cabe o dever legal de garantir a ordem pública no País - custe o que custar -.

Eles estão lá em Brasília tranqüilos, enquanto as propriedades rurais continuam miseravelmente esbulhadas pelos índios – os quais tripudiam diante de liminares de reintegração de posse, em atrevida desobediência à ordem judicial, e ostensiva desmoralização ao império da lei.

Gilson Cavalcanti Ricci é advogado.

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