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Quando a acessibilidade se torna prioridade

Por Eduardo L'Hotellier (*) | 21/07/2017 07:15

Ao longo do desenvolvimento de uma startup nos deparamos com diversos desafios que visam a melhoria da experiência dos usuários. Isso vai desde verificar necessidades básicas de uso até entender como a tecnologia pode melhorar a vida das pessoas, especialmente daquelas que mais precisam.

Nem toda plataforma digital é inclusiva, mas todas podem buscar formas de serem mais acessíveis. Com essa premissa, tenho buscado durante minha trajetória no GetNinjas [1] encontrar meios de tornar o
aplicativo mais acessível a todos os tipos de usuários, incluindo quem possui necessidades especiais de uso.

Recentemente, relatamos uma história de sucesso especial dos profissionais cadastrados no GetNinjas. Marcela Mahayana [2], professora de canto e deficiente visual, nos contou que usa o aplicativo com o auxílio do assistente de voz VoiceOver do iOS para conseguir alunos. Segundo ela, o aplicativo foi determinante para alcançar a tão sonhada
independência financeira.

Essa história nos comoveu e reforçou o tamanho do impacto social que nossa plataforma possui. Com isso, vemos também a responsabilidade que temos, em termos tecnológico e humano, de ajudar a evoluir esses processos e tornar o mercado de serviços mais acessível.

Assim como a Marcela, milhares de brasileiros ainda têm dificuldades de acesso à tecnologia, seja porque possuem necessidades especiais, sinal de internet ainda falho, uso de dispositivo móvel com recursos limitados ou, simplesmente, pela dificuldade de lidar com novas tecnologias.

Sempre digo que a tecnologia é a ponte que permite mudanças construtivas na sociedade. Empresas como Hand Talk [3], ProDeaf [4],  Projeto Giulia [5] e HooBox [6] nasceram de ideias que têm a inovação como instrumento para solucionar problemas de acessibilidade, como assistentes de voz para uso de smartphone por deficiente auditivo,
assistente virtual em libras, leitor de QR-Code para tradução de embalagens, programa que usa inteligência virtual para permitir a mobilidade de pessoas tetraplégicas, dentre outros.

Hoje no Brasil mais de 45 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência, isso é o equivalente a cerca de 24% da população do país, segundo dados do IBGE. Essa é uma população altamente produtiva e que pode agregar um alto valor à economia.

Diante de números tão expressivos, torna–se cada vez mais importante que tanto startups quanto empresas já estruturadas comecem a pensar e desenvolver iniciativas para inclusão social. Somente assim será
possível amenizar obstáculos e buscar uma maior inclusão da sociedade, em todos os âmbitos, de forma a possibilitar um melhor convívio e a promoção da cidadania para todos.

 

(*) Eduardo L’Hotellier é CEO do GetNinjas

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