Quando o “S” se torna o X da questão na crise
O Brasil vive o pior momento econômico dos últimos anos. Nem em 2009, com a crise financeira internacional, o país enfrentou um cenário tão complicado. Demissões em massa sendo anunciadas quase que diariamente em todas as áreas de atividades, aumento das tarifas de energia elétrica e dos combustíveis, taxas de juros e inflação muito altas, o anúncio do fechamento das agências do HSBC no Brasil, o escândalo da Petrobras, montadoras de veículos parando linhas de produção num país onde as pessoas são loucas por carros. Isso apenas para citar alguns dos casos mais noticiados na mídia.
Então o que nos resta é jogar a toalha, chutar o balde e por aí afora? Definitivamente, a resposta é não! Empresários e empreendedores estão, neste cenário caótico, vendo oportunidades para crescer e até expandir seus negócios. O substantivo CRISE está dando lugar ao verbo CRIE e o “S” se tornou o “X” da questão. A criatividade aliada à inovação está ajudando inúmeros negócios a nadarem contra a maré da crise, salvando muitas empresas de fecharem as portas.
Atitudes muitas vezes simples, que tenho observado, e que fazem a diferença no fechamento das contas no final do mês, como apagar as luzes dos ambientes que não estão sendo usados, economizar água fazendo reparos em vazamentos e gotejamentos, além de manutenção na rede hidráulica. Quem trabalha com estoque de produtos, tem evitado acúmulos e comprado o suficiente para suprir a necessidade do mês, evitando dívidas altas com fornecedores.
Há, ainda, as ofertas de brindes, vales desconto, cartão fidelidade ou alternativas que façam o cliente repetir a experiência que viveu com determinado produto ou serviço. Apostas em propaganda e mídia. Tudo isso se torna muito importante para a empresa manter também sua visibilidade e reputação de marca. Redes sociais, por exemplo, são excelentes canais de comunicação e exigem pouco investimento. Mais uma vez, aqui vale a dica da criatividade para atrair a atenção do seu público alvo.
Mas há ainda modelos de negócio que oferecem serviços que geram mais economia para outras empresas. Aqui se destacam, sobretudo, as de tecnologia, que investem constantemente em inovação, otimizam processos e permitem que outras companhias possam ter uma economia de até 30%. Por exemplo, companhias que atuam no ramo de logística e transporte de cargas podem reduzir os custos com abastecimento e manutenção de seus veículos por meio de uma plataforma de gestão de frotas que administra meios eletrônicos de pagamento e permite monitoramento em tempo real.
Aplicativo para chamada de táxi também é uma boa solução para conter custos corporativos. Ele possibilita a gestão financeira completa por meio de relatórios e gráficos, horários, pontos de origem e destino, valor da corrida, tudo em tempo real, além de substituir o controle de boletos, recibos e reembolso, evitando perdas.
Outra alternativa ainda é usar aplicativo para demanda de motoboys. A tecnologia trouxe para o setor a isenção do custo com empresas intermediárias, gerando economia para quem precisa do serviço e, consequentemente, maior renda para os profissionais motofretistas. Outro exemplo poderia ser o de uma empresa de mineração de Minas Gerais que incluiu em sua frota veículos híbridos e movidos a energia, sendo que parte da matéria-prima utilizada na fabricação saiu da própria empresa. Além de ter encontrado uma alternativa para o uso da gasolina, os veículos são até 30% mais leves e poluem menos. Bolso e natureza agradecem.
A crise é uma boa oportunidade para quem tem ideias criativas e o momento está propício para isso. Enquanto muitos desanimam, minha missão aqui é desafiar a comunidade empreendedora para que se mobilize e mostre que a criatividade é fator determinante para o crescimento.
(*) Alex Barbirato é fundador e CEO da venture builder incube, que investiu nas startups Vá de Táxi e 99Motos.