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Recolhos

Por Francisco Habermann (*) | 27/04/2018 06:25

Inventei o título acima. O substantivo ‘recolho’ não existe nos dicionários. Faço uso dessa invenção para designar o recolhimento e escolha dentre as ideias que rodeiam a cachola quando preciso de assunto. Hoje, escolhi uma que tem a ver com a experiência de vida.

Vejam como as coisas acontecem. Na nossa vida comum, essa do dia-a-dia, correndo de cá-prá-lá, ela é tão cheia de atividades que a gente pensa não ter espaço para mais nada. Essas atividades cumulativas deixam marcas. Aí começo a pensar no tempo.

Os físicos dizem que o tempo não existe. Já os filósofos afirmam que é com o tempo que nos modificamos e melhoramos nossos pensamentos. Então, fico com a biologia que sinaliza o tempo com as marcas do nosso corpo orgânico. Temos marcas no corpo e também na alma que surgem com a somatória dos tic-tacs do relógio existencial. Ali, o tempo fala por sinais.

O bom é que as marcas no nosso corpo podem nos ajudar e são lembradas por almas bondosas que nos socorrem até em ocasiões festivas com a intenção de amenizar os sinais corporais. Fico feliz quando acontece comigo e agradeço sempre. Pergunto aqui se isso não acontece também com os leitores.

Assim, aquele tênis bonitão e macio presenteado pode ter a função de nossa proteção corporal, aumentando a segurança no nosso andar; aquele chinelo macio lembrado aquece nossos pés gelados no inverno; o celular diferenciado foi sugerido justamente para facilitar a nossa deficiente comunicação de quem já anda se esquecendo até das planilhas do trabalho ou das obrigações pessoais; a oferta daquela palmilha especial para os pés encaroçados e doloridos ajuda no nosso andar; a meia elástica específica para melhorar a prática esportiva ou, mesmo, para comprimir as varizes dos membros inferiores reduz a dor e o cansaço muscular diário; aquelas luvas oferecidas no último aniversário protegem as mãos no esforço maior.

De minha parte, só não recebi, ainda, pacotes de fraldas protetoras... Bem, esse item nem queria aqui citar.

O tempo dirá!

(*) Francisco Habermann é professor da Faculdade de Medicina da Unesp em Botucatu. Contato: fhaber@uol.com.br. 

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