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Sombras pairam sobre a humanidade

Por Benedicto Ismael Camargo Dutra* | 12/07/2017 16:48

O problema atual da humanidade é que a fé foi perdida, pois com sua cobiça e egoísmo tornou vazia e insipiente a presença da espécie que deveria elevar o nível e a qualidade de vida no planeta. Mas com o seu embrutecimento, teceu quadros de absoluta miséria e feiura, emoldurando com ilusões e teorias toscas e incoerentes a existência que deveria ser simples e natural para ser proveitosa. Urge resgatar os valores da essência humana, pois a vida tende a se tornar mecânica.

Há muita teoria econômica, mas o dinheiro vai numa direção só. Para que haja paz e progresso no mundo, tem de haver equilíbrio nas contas entre os povos, aspecto descuidado pela maioria dos governantes. O tabelamento de preços é condenado por grande parte dos economistas, mas não se alarmam quando a cotação do dólar - mercadoria rara nos países deficitários - fica com preço fixo, aumentando os déficits sem que surjam oportunidades de aumentar o PIB e a renda pessoal. A economia se rege por muitas variáveis, mas as análises têm sido restritas; deveriam ser mais abrangentes no contexto da democracia e da globalização e direcionar para soluções duradouras.

Num mundo desequilibrado, não se olha mais para a essência das coisas. O tamanho da dívida do Estado sempre deve ser levado em consideração e não apenas a capacidade de administrá-la, pois os encargos permanecem sugando continuamente. O Estado tem de dosar bem isso e não descuidar de sua tarefa de criar oportunidades para a melhora das condições de vida.

O Brasil tem sido laboratório para os mais estapafúrdios experimentos, tais como: planos Cruzado, Bresser, Color, Real, sempre com juros acima da média mundial, sempre desatento com os déficits interno e externo. Manteve-se dólar barato sem ter disponibilidade de dólares, abriram-se as portas, mas a indústria foi golpeada, e caímos nas mãos da pior classe política. O problema está no presidente Temer e a descoberta de atos corruptos ou já estava tudo estragado desde o início do século, e no governo Dilma desandou de vez? Como vai ficar o Brasil? Como modelar o querer da população para o bem diante do atual quadro sinistro e incertezas para as eleições de 2018?

Chegamos ao ponto crítico. Não basta um nome que possa angariar votos; o problema é o sistema viciado com a classe política buscando oportunidades para ganhar milhões em jogadas nocivas para o país, levando-o para o abismo, enquanto o viver e a cultura vão decaindo brutalmente, gerando descrença geral.

A Venezuela foi insurgente e nunca esteve tão mal como agora. Há grupos interessados em adentrar numa aventura de fortalecer o poder do Estado, mas isso não trará nada de bom, pois tais grupos querem a tomada do poder para si e seus fins. Faltam líderes estadistas que visem o bem geral. A classe empresarial global precisa de maior flexibilidade, ser responsável com a humanidade e abandonar o "tudo para nós e nada para os outros" que inspirou o colonialismo e a exploração de uns pelos outros.

O futuro depende da boa formação das novas gerações. Falta conscientização para o estudo. Os jovens são motivados para tudo quanto é besteira menos para entender a vida e se prepararem para agirem como seres humanos de qualidade. Esta falha é inicialmente dos pais e depois dos governos federal, estadual e municipal que não olham para as novas gerações como o futuro, deixando-as incultas e sem fornecerem uma base sadia de aprendizado.

Após as mortes e mutilações provocadas pela Segunda Grande Guerra, muitos estudiosos passaram a refletir sobre os fundamentos da civilização humana. Atualmente, essa triste lembrança ficou apagada e as pessoas não mais pesquisam o significado da vida enquanto o viver vai se tornando áspero e vazio, em oposição à vontade do Criador que ofertou a Terra para o progresso dos seres humanos.

(*)  Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, faz parte do Conselho de Administração do Prodigy Berrini Grand Hotel e é associado ao Rotary Club de São Paulo. É articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. É também coordenador dos sites www.vidaeaprendizado.com.br e www.library.com.br, e autor dos livros: "Nola – o manuscrito que abalou o mundo", "O segredo de Darwin"; "2012...e depois?";"Desenvolvimento Humano"; "O Homem Sábio e os Jovens" e "A trajetória do ser humano na Terra – em busca da verdade e da felicidade". E-mail: bicdutra@library.com.br; Twitter: @bidutra7

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