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Um lugar mágico

Por Heitor Freire (*) | 15/07/2013 09:20

Campo Grande, esta cidade maravilhosa cujos encantos não me canso de louvar, tem um lugar verdadeiramente mágico: O Horto Florestal.

Um pouco de história: foi ali mesmo, onde nasceu a nossa cidade, na confluência dos córregos Prosa e Segredo que, em 1912, no dia 11 de outubro, o então Intendente José Santiago, reservou uma área de terras, dotada de características próprias de vegetação, onde os dois braços dos córregos se juntaram para dar origem a um rio de grande importância para a região, o Anhanduizinho. Certamente, o Intendente já vislumbrava ali área importante a ser preservada para Campo Grande.

No dia 11 de outubro de 2012, o nosso Horto completou 100 anos do ato de reserva da área, pelo Intendente José Santiago exatamente quando Campo Grande completou 35 anos de sua elevação a capital do novo estado, com a lei complementar nº 31 de 11 de outubro de 1977, que criou o estado de Mato Grosso do Sul, desmembrado do estado de Mato Grosso.

Em 1956, Antônio de Albuquerque, antigo funcionário da Prefeitura assume a direção do Parque Municipal. Daí, essa área de mais de seis hectares, passa a ser chamada de Horto Florestal e a constituir a sede do Serviço de Parques e Jardins da Prefeitura. Suas características sempre se mantiveram preservadas, pois o Horto produzia muitas espécies de árvores para a arborização não só da cidade de Campo Grande, como também para as cidades vizinhas, inclusive Cuiabá, que na época era capital do Estado. O Horto tem como denominação Parque Florestal Antônio de Albuquerque, numa justa homenagem a quem tanto se dedicou à sua consolidação.

Na primeira administração de Antônio Mendes Canale, em 1963, Wisterman Chaparro foi admitido como funcionário da prefeitura, e logo depois assumiu o departamento de parques e jardins de Campo Grande. Foi o grande continuador da obra de Antônio de Albuquerque, com a mesma filosofia, trabalho e dedicação.

O Chaparro chefiou esse departamento por mais de 30 anos. Prestou serviço nas duas administrações do Mendes Canale, na de Plínio Barbosa Martins, depois nas duas do Levy Dias, do Marcelo Miranda, do Albino Coimbra, da Nelly Bacha, do Heráclito Figueiredo, nas duas do Lúdio Coelho e nas duas do Juvêncio Cesar da Fonseca, sendo aposentado no primeiro ano da primeira administração André Puccinelli. Um verdadeiro recordista, passou por 13 administrações municipais em 34 anos. Durante 20 anos morou no Horto; sua casa era localizada onde hoje está situada a biblioteca municipal professora Galega, bem no centro do parque.

Como profissional competente e dedicado Chaparro sempre procurou se aprimorar na profissão. Estagiou durante 90 dias na chácara do renomado paisagista Burle Marx no Rio. Eles mantiveram contato constante. O Chaparro se constituiu num fiel e competente discípulo do seu mestre. Foi ele também que fez o paisagismo na implantação da nossa primeira universidade e na casa do governador em Cuiabá, na administração Pedro Pedrossian.

No Instituto Histórico e Geográfico, do qual sou vice-presidente, temos, entre outras, uma série de livros intitulada “Eu Sou História”, onde registramos a vida de pessoas que se destacaram em nossa cidade, como é o caso do Chaparro. Vamos dedicar-lhe um livro que já tem título: “Chaparro – o homem do verde”, que será escrito pela professora Maria Madalena Dib Mereb Greco diretora executiva adjunta do Instituto.

O Horto abriga, nos dias de hoje, uma biblioteca municipal que leva o nome da professora Galega, uma lanchonete, banheiros, um playground, um espelho d'água, canchas de bocha e de malha, uma pista de skate, orquidário (que esta desativado, mas que poderia voltar a funcionar), uma academia de ginástica e oficinas de arte.

Eu sou um freqüentador assíduo do Horto. Ali caminho quase que diariamente para me exercitar fisicamente. Sou um cultor daquele espaço que nos proporciona um local de contato direto com a natureza. É muito salutar passear no meio do bosque, e ali respirar o ar puro emanado do verde abundante e exuberante.

O Horto é também um dos pontos de encontro das araras que fazem grande algazarra alegrando a todos os que por ali transitam. É uma dádiva de Deus para a nossa cidade. Vale a pena conhecer e se deixar levar pela magia desse lugar.

(*) Heitor Freire é corretor de imóveis e advogado.

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