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Cidades

Alto escalão da quadrilha de cigarreiros é beneficiado por decisão judicial

Ao todo, foram revogadas cinco prisões dos suspeitos de integrar o grupo; um deles vai continuar preso por outro mandado

Maressa Mendonça | 22/01/2020 09:27
Caminhão apreendido pela PRF com cigarro contrabandeado do Paraguai (Foto: Divulgação/PRF)
Caminhão apreendido pela PRF com cigarro contrabandeado do Paraguai (Foto: Divulgação/PRF)

Decisão que beneficiou o policial rodoviário federal Moacir Ribeiro da Silva Netto, também libera outros quatro suspeitos de integrar quadrilha de cigarreiros em Mato Grosso do Sul. Os cinco tiveram os mandados de prisão revogados por meio de decisão do juiz substituto da 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, Felipe Bittencourt. Dentre eles, dois foram apontados pela polícia como chefes do grupo.

Conforme apurado pela reportagem do Campo Grande News, a decisão alcança Francisco Job da Silva Neto, José Antônio Mizael Alves, Fernando da Silva, Irismar Gadelha Soares e Moacir Netto. Os dois primeiros, segundo a polícia, ocupavam o topo na hierarquia da quadrilha.

Mizael estava preso em São Paulo e conseguiu a liberdade após a decisão judicial de ontem (21). Job vai continuar preso porque há outro mandado de prisão contra ele. As investigações apontaram que Gadelha e Silva faziam parte do núcleo operacional do grupo e tinham a função de gerentes.

Conforme denúncia do MPE, o grupo contava ainda com responsáveis pelo apoio logístico, núcleo financeiro e até departamento responsável por cooptar e pagar policiais responsáveis pela facilitação do contrabando.

O advogado Wellyngton Ramos Figueira, responsável pela defesa do PRF Moacir Ribeiro da Silva Netto, comentou que o cliente deve deixar o Centro de Triagem Anízio Lima, onde está preso na cela 17 ainda nesta quarta-feira (22).

Conforme a decisão judicial, a revogação das prisões ocorre mediante a algumas medidas cautelares. Em se tratando dos policiais, por exemplo, existe a proibição de eles permanecerem em regiões de fronteira do Estado, incluindo a cidade Dourados, distante a 233 quilômetros de Campo Grande. O advogado adiantou que vai tentar revogar essa condição.

“Agora o processo caminha normalmente, com a fase de instrução ocorrendo, oitiva de testemunhas e depoimentos pessoais dos acusados”, disse.

A operação – As investigações que levaram à operação tiveram início em julho de 2018, com a apreensão de caminhão carregado com 430 mil maços de cigarro do Paraguai. No transcorrer das investigações foram 19 carregamentos apreendidos em caminhões e carretas e 26 pessoas presas. Segundo a PF, os valores de produtos ilícitos apreendidos, em contagem superficial, ultrapassam R$ 70 milhões.

As investigações demonstraram a participação de policiais e de um agente político na organização criminosa. A identidade do político ainda é desconhecida. Ainda conforme a PF, os policiais envolvidos no esquema recebiam propina para facilitar a entrada do cigarro contrabandeado no território nacional e para circulação nas estradas.

A denúncia do MPF descreve a hierarquia da organização criminosa. Os setores são chefia, núcleo operacional e de apoio logístico, núcleo financeiro, núcleo responsável pela corrupção de policiais, e núcleo de agentes policiais responsáveis pela facilitação do contrabando. No topo, são apontados como chefes Francisco Job da Silva Neto (preso em MS) e José Antônio Mizael Alves (preso em São Paulo). No núcleo operacional, são destacados três gerentes: Irismar Gadelha Soares (vereador de Riacho dos Cavalos, na Paraíba), Fernando da Silva e Paulo Henrique Xavier (preso em MS).

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