ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 28º

Cidades

Corrupção é "chaga nacional", diz juiz da 1ª condenação da Lama Asfáltica

Bruno Cezar da Cunha Teixeira falou sobre corrupção em Fórum da OAB; magistrado assumiu 3ª Vara Federal e, em março, condenou Edson Giroto a quase dez anos de prisão

Silvia Frias e Aline dos Santos | 24/04/2019 16:08
Bruno César Teixeira assumiu a 3ª Vara Federal de Campo Grande em março de 2018 (Foto: Gerson Walber)
Bruno César Teixeira assumiu a 3ª Vara Federal de Campo Grande em março de 2018 (Foto: Gerson Walber)

Da ala dos magistrados que não dão entrevista à imprensa e no comando da Vara que julga processos da maior ação contra desvio em Mato Grosso do Sul, o juiz federal Bruno Cezar da Cunha Teixeira afirmou que a corrupção é uma chaga nacional, mas não vê a atuação da justiça como cruzadismo. "O judiciário recebe e há de julgar com imparcialidade", disse, durante participação no Fórum Estadual de Combate à Corrupção, realizado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

Bruno César Teixeira assumiu a 3ª Vara Federal de Campo Grande em março de 2018. O cargo estava vago desde outubro de 2017, quando o juiz Odilon Oliveira se aposentou para disputa eleitoral.

O magistrado foi o responsável pela primeira sentença da Operação Lama Asfáltica, no dia 15 de março de 2019: condenação a nove anos, dez meses e três dias de prisão, em regime fechado, acusado de ocultação de recursos originados na compra de uma propriedade rural, no valor de R$ 7,63 milhões, por meio de desvio de recursos.

Durante palestra, Teixeira avaliou que os processos de corrupção tendem a ser bastante graúdos, com advogados bem posicionados no mercado.

“Esse tipo de Vara faz com que tenhamos contato com personagens próceres [magnatas] na política nacional e regional”, citando colegas que também tiveram desempenho contra figurões da política, como Sérgio Moro, hoje, Ministro da Justiça, que assinou condenações históricas pela Operação Lava Jato e Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio de Janeiro, que determinou a prisão do ex-presidente Michel Temer.

Agora, no retorno das férias, o magistrado foi surpreendido pela suspensão, por meio de liminar do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), da ação penal contra o ex-governador André Puccinelli.

Também foram suspensas as audiências marcadas para este mês, entre elas, as que previam os depoimentos de Joesley e Wesley Batista, donos da JBS.

A defesa ainda articula ofensiva para levar os processos para outras esferas da Justiça, podendo cair na estadual ou eleitoral, desde que fiquem bem longe da 3ª Vara Federal.

Nos siga no Google Notícias