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Cidades

Em dia de paralisação e protesto, professores se concentram na ACP

Professores vão sair em passeata e irão à prefeitura para tentar reunião com Adriane Lopes

Silvia Frias e Caroline Maldonado | 26/04/2023 09:14
Professores da Reme estão reunidos na sede da ACP, no centro da cidade. (Foto: Henrique Kawaminami)
Professores da Reme estão reunidos na sede da ACP, no centro da cidade. (Foto: Henrique Kawaminami)

Professores de 45 escolas de Campo Grande estão reunidos na sede da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) para a mobilização nesta quarta-feira (26), em que está prevista passeata e concentração em frente à prefeitura da Capital.

Hoje é dia de paralisação nacional, em que a categoria pede a revogação do Novo Ensino Médio. Para os docentes da Reme (Rede Municipal de Ensino), também está sendo pedido o reajuste do piso salarial referente ao ano de 2024.

Grupo deve sair em passeata pelo centro da cidade. (Foto: Henrique Kawaminami)
Grupo deve sair em passeata pelo centro da cidade. (Foto: Henrique Kawaminami)

O presidente da ACP, Gilvano Kunzler Bronzoni, disse que o grupo fará passeata, passando pela Praça Ary Coelho, onde se encontra com outra caravana de professores, em organização realizada pela Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de MS).

Depois, seguindo para a prefeitura, a categoria pretende discutir as reivindicações com a prefeita Adriane Lopes. Segundo ele, um ofício foi enviado ontem informando do pedido de reunião.

“A educação está boa? Não está. Está valorizada? Não. Precisamos de compromisso concreto para que tenhamos educação de qualidade”, disse o presidente da ACP. Sobre o reajuste do piso salarial, informa que a prefeitura não se posicionou.

A passeata estava para começar por volta das 9h, mas atrasou por conta da chuva. O grupo, reunido na Rua 7 de Setembro, deve seguir pela Rua Rui Barbosa, virar na Avenida Afonso Pena até a Praça Ary Coelho e, depois, pela Rua Marechal Rondon, chegar até a prefeitura. O trajeto será acompanhado por equipe da PM. (Polícia Militar).

Sede está lotada em dia de paralisação. (Foto: Henrique Kawaminami)
Sede está lotada em dia de paralisação. (Foto: Henrique Kawaminami)

Mudança - O Novo Ensino Médio foi decretado por medida provisória no governo Temer em 2016 e aprovado pelo Congresso no ano seguinte. Em 2021, no governo Bolsonaro, o ministro Milton Ribeiro definiu um calendário de implementação gradual que previa a mudança do 1º ano em 2022, do 2º ano em 2023 até chegar ao 3º em 2024, com ajustes no Enem.

O Novo Ensino Médio altera a BNCC (Base Comum Curricular), amplia o tempo mínimo na escola de 2,4 mil a 3 mil horas anuais e prioriza conteúdos voltados às áreas de conhecimento escolhidas pelos próprios estudantes.

Gilvanio Bronzoni disse que há três pontos que são prejudiciais à educação. Segundo ele, traz atribuições para as quais professores não estão preparados, falta estrutura nas escolas e o aluno perde horas aulas. “Português e Matemática são disciplinas obrigatórias, o resto do tempo aluno vai fazer artesanato, brigadeiro, sabão, enquanto o aluno da particular está se preparando para o Enem e para o vestibular”, criticou.

A professora Mirian Lúcia Paulinho, 54 anos, há 13 anos na Reme, avaliou que a paralisação não é o caminho ideal, mas “é a única forma de fazer com que sociedade veja que estamos buscando nossos direitos”. A professora aposentada Madalena Pereira, 61 anos, trabalhou por 26 anos na Reme e disse que a categoria já avançou em muitos aspectos, mas sempre na luta. “O poder público não faz por si só, temos que estar juntos, tanto aposentados quanto da ativa”.

A reportagem entrou em contato com as secretarias para saber a adesão dos professores na manifestação. A SED (Secretaria Estadual de Educação) disse que ainda terá balanço no decorrer do dia, mas, até ontem, não havia indicativo de que professores do Estado iriam participar do protesto, ficando concentrado entre os profissionais da Reme e das instituições federais.

A Semed (Secretaria Municipal de Educação) de Campo Grande não respondeu ainda sobre balanço da adesão.

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