ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
OUTUBRO, QUARTA  01    CAMPO GRANDE 23º

Cidades

Filhos separados de vítimas de hanseníase têm cinco anos para pedir indenização

Política de isolamento compulsório de pessoas com hanseníase durou até a década de 1980

Por Silvia Frias | 01/10/2025 17:10
Filhos separados de vítimas de hanseníase têm cinco anos para pedir indenização
Casas construídas para os hansenianos no Hospital São Julião. (Foto: Arquivo/Internet)

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que filhos de pessoas submetidas à política de isolamento e internação compulsória por hanseníase terão até cinco anos para pedir indenização ao Estado brasileiro. O prazo começa a valer em 29 de setembro de 2025, data da publicação da ata do julgamento.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

O Supremo Tribunal Federal estabeleceu prazo de cinco anos para que filhos de pessoas submetidas ao isolamento compulsório por hanseníase solicitem indenização ao Estado brasileiro. O período para requisição inicia em 29 de setembro de 2025, data da publicação da ata do julgamento.Entre 1920 e 1980, pacientes com hanseníase foram forçados a viver em colônias isoladas, tendo seus filhos separados e enviados a instituições infantis. A decisão veio após processo movido pelo Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase, que argumentava contra a prescrição do direito devido à gravidade das violações.

Entre as décadas de 1920 e 1980, milhares de pessoas diagnosticadas com hanseníase foram obrigadas a viver isoladas em colônias, e seus filhos, inclusive recém-nascidos, eram separados dos pais e enviados a instituições infantis ou deixados com terceiros.

O processo foi movido pelo Morhan (Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase), que defendia que a gravidade da violação não poderia estar sujeita a prazos de prescrição.

O Campo Grande News contou a história de duas mulheres que foram obrigadas a se separar das famílias, por conta da doença.

Relator do caso, o ministro Dias Toffoli reconheceu que o Estado já assumiu a responsabilidade histórica, ao criar pensão especial para pacientes e filhos, mas defendeu que a previsibilidade das decisões judiciais exige aplicação do prazo de cinco anos, como em outros casos contra a União, os estados e os municípios.

Ficaram vencidos em parte os ministros Flávio Dino, Gilmar Mendes, Edson Fachin, Nunes Marques e a ministra Cármen Lúcia, que entendiam ser possível afastar a regra da prescrição. A tese aprovada fixou que as ações de indenização prescrevem em cinco anos, a contar da publicação da ata do julgamento, sendo necessária a demonstração, em cada caso, dos requisitos de responsabilização civil do Estado.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.