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Cidades

Ministério complica registro de vítimas e índice de mortes por covid despenca

Em MS, casos caíram de 41 para 20 depois que sistema passou a cobrar até se vítima tomou vacina contra a covid

Lucia Morel | 24/03/2021 15:04
Enterro de vítima de covid-19 em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
Enterro de vítima de covid-19 em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

Mudança na plataforma Sivep-Gripe (Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe), do Ministério da Saúde, derrubou os registros de óbitos no Brasil. Em Mato Grosso do Sul, após 41 mortes na terça, hoje o boletim trouxe índice bem inferior: 20 falecimentos.

O Sivep é o sistema onde são lançados dados de casos e mortes por covid-19. Mas desde ontem as exigências para a inserção mudaram, ficaram muito mais rigorosas. O Ministério passou a exigir o CPF, número do cartão SUS, nacionalidade e se a vítima tomou ou não vacina contra a Covid. Tantas exigências, acabou comprometendo a atualização das informações.

O secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, em transmissão ao vivo esta manhã, ao anunciar os 20 óbitos verificados de ontem para hoje, comentou que “oscilação” no sistema do Ministério provocou redução na quantidade de mortes registradas, ou seja, houve mais, no entanto, a contabilização pelo sistema ficou prejudicada.

Para se ter uma ideia, a média móvel de mortes por covid-19 em MS tem sido de 32,57 casos segundo a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), conforme dados de ontem, quando novos 41 óbitos foram registrados. Na live de hoje, foram contabilizados 20, mas na realidade há mais que não puderam ser alocados no sistema.

“Vamos apontar hoje 20 óbitos, o que não é realidade. Nós estamos tendo muito mais óbitos que esses anunciados hoje. Mas é porque o sistema chamado Sivep, está com oscilação, está dificultando a inserção de dados, e certamente amanhã nós vamos ter um número elástico de óbitos já que a nossa média móvel já ultrapassou a 30 óbitos por dia”, destacou o secretário na live.

No entanto, conforme sites nacionais, o que ocorreu foi a implantação de mudanças que pedem mais dados dos pacientes para que os registros de casos e óbitos sejam feitos.

Sem esses dados nas mãos, os responsáveis pela alimentação dos dados nos estados e cidades não puderam preencher tudo adequadamente, o que pode atrasar a contabilização real de ocorrências.

O Ministério da Saúde, cujo quarto ministro em três anos tomou posse ontem – Marcelo Queiroga – não se pronunciou sobre as alterações até o momento. Segundo informações também nacionais, os estados e cidades não foram informados de antemão sobre as mudanças, o que evitaria o atraso na realidade dos dados.

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