Oito a cada dez estupros em MS são de crianças ou adolescentes
Entre os alvos dos crimes em 2025, 539 têm menos de 11 anos e 488 têm entre 12 e 17
Em Mato Grosso do Sul, a violência sexual contra crianças e adolescentes chama a atenção. Somente em 2025, 8 em cada 10 vítimas de estupro tinham menos de 18 anos, mostrando que os mais jovens são o alvo preferido de criminosos.
RESUMO
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Em Mato Grosso do Sul, crianças e adolescentes representam 80,8% das vítimas de estupro registradas em 2025, segundo dados do Monitor da Violência contra a Mulher. Do total de 1.273 casos, 539 vítimas tinham até 11 anos e 488 entre 12 e 17 anos. A maioria dos crimes ocorre dentro das residências, totalizando 821 casos (64,5%). Outros locais incluem propriedades rurais, vias urbanas e estabelecimentos de ensino. Especialistas alertam que a violência sexual é silenciosa e atinge principalmente menores em ambientes onde deveriam estar seguros.
Dados de hoje do Monitor da Violência contra a Mulher indicam que, de um total de 1.273 casos registrados no estado, 42,4% das vítimas (539) tinham até 11 anos e 38,4% (488) entre 12 e 17 anos. Juntos, crianças e adolescentes representam aproximadamente 80,8% do total de vítimas.
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A maior parte dos crimes ocorre dentro de casa, com 821 registros, 64,5% das ocorrências, evidenciando que o lar, espaço que deveria oferecer segurança, muitas vezes se torna palco de abusos. Propriedades rurais somaram 158 casos; vias urbanas, 142; enquanto estabelecimentos de ensino e escolas registraram, juntos, 78 ocorrências.
Casos recentes
Os números refletem um cenário próximo das famílias, como no episódio que envolveu a morte de Emanuelly, de seis anos. Ela foi levada de casa pelo seu assassino, Marcos Willian Teixeira Timóteo, amigo da família, sob a promessa de um “passeio”. A menina foi estuprada e morta na casa dele, localizada na Vila Carvalho, em Campo Grande. O Conselho Tutelar acompanhava o caso por questão de vulnerabilidade social.
Nesta semana, o jornalista Renan Lopes Gonzaga foi preso, suspeito de atrair adolescentes para seu apartamento oferecendo bebidas, jogos de videogame, comida e acesso à piscina, onde teria praticado atos libidinosos contra os meninos.
Em depoimento à polícia, Gonzaga afirmou que os garotos pediram para passar a noite em seu apartamento, que ele lavou roupa, cozinhou e os alimentou. Segundo ele, os meninos jogaram videogame, mas não consumiram bebidas alcoólicas.
Em recente entrevista ao Campo Grande News, a psicanalista Viviane Vaz, coordenadora do projeto Nova Transforma, que atua no enfrentamento à violência e à exploração sexual de crianças e mulheres, alertou que pais e responsáveis precisam estar sempre atentos e desconfiar de situações suspeitas. Segundo ela, esse tipo de violência é silencioso e atinge principalmente menores de idade, em espaços onde deveriam se sentir protegidos.