ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, DOMINGO  19    CAMPO GRANDE 18º

Cidades

Ordem para uso de câmeras em policiais penais é inconstitucional, diz sindicato

A prerrogativa para esse tipo de decisão seria dos poderes Executivo e Legislativo

Lucia Morel | 05/02/2022 10:38
Centro Agroindustrial da Gameleira, localizado na MS-455, zona rural de Campo Grande. (Foto: Arquivo)
Centro Agroindustrial da Gameleira, localizado na MS-455, zona rural de Campo Grande. (Foto: Arquivo)

Para o Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária), a medida do corregedor dos presídios na Capital, juiz Albino Coimbra Neto, determinando o uso de câmeras corporais pelos agentes penais em presídio semiaberto é inconstitucional. A prerrogativa para esse tipo de decisão seria dos poderes Executivo e Legislativo.

Presidente do sindicato, André Luiz Santiago, explica que o Judiciário é responsável por aplicar as leis existentes e que determinando o uso de câmeras pelos agentes, o Tribunal de Justiça invade a competência do Governo do Estado e da Assembleia Legislativa. “A função de regramento para os agentes públicos é de outros poderes e fazê-lo pelo Judiciário é inconstitucional”, sustenta.

Pelo entendimento do setor jurídico do Sinsap, não é função do magistrado, através do Tribunal de Justiça, tomar a decisão de determinar a utilização dos equipamentos pelos policiais penais. “O Judiciário também vai emitir ordem pra comprar viatura, por exemplo?”, questiona Santiago.

Para ele, há incoerência ainda maior, porque a determinação inclui apenas um estabelecimento penal na medida e justamente um do regime semiaberto, o Centro Agroindustrial da Gameleira, localizado na MS-455, zona rural de Campo Grande.

O sindicalista reforça ainda que o uso de câmeras corporais em São Paulo é para a Polícia Militar, em ações de abordagem externa e não interna, como é o caso dos agentes penais. “O presídio já tem câmeras de monitoramento interna e externa. São ambientes diferentes”, compara.

Para Santiago, o sistema prisional tem outras prioridades, como por exemplo, instalação de telas para evitar que drones joguem objetos para dentro do local e instalação de portas automatizadas, que dão mais segurança e evitam fugas. “Espero que o Executivo recorra dessa decisão e se eles não recorrerem, nós vamos”, sustentou.

Na última quinta-feira, 3, o juiz corregedor dos presídios na Capital, Albino Coimbra Neto, determinou à Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) que os agentes penitenciários do Centro Agroindustrial da Gameleira passem a usar câmeras corporais.

Nos siga no Google Notícias