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Cidades

Quadrilha adulterava formulários após coletar assinaturas de aposentados em MS

Empresa foi contratada para atualizar cadastros de aposentados junto à Conafer, investigada em ação da PF

Por Lucia Morel | 16/05/2025 17:54
Quadrilha adulterava formulários após coletar assinaturas de aposentados em MS
Sede da Conafer em Brasília (DF). (Foto: Google Maps)

Aposentados de Mato Grosso do Sul tiveram assinaturas coletadas, segundo investigação, para posterior adulteração de formulário de adesão à Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil), uma das entidades alvo da Operação Sem Desconto da Polícia Federal.

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Aposentados de Mato Grosso do Sul tiveram suas assinaturas coletadas para a adulteração de formulários de adesão à Conafer, entidade investigada na Operação Sem Desconto da Polícia Federal. Bruno Deitos, da Premier Recursos Humanos, revelou que sua empresa foi contratada para atualizar cadastros, mas o objetivo era fraudar documentos. Deitos relatou ameaças por parte de Tiago Ferreira Lopes, irmão do presidente da Conafer, Carlos Roberto Ferreira Lopes. O empresário afirmou que o presidente mencionou ter influência sobre diretores do INSS, sugerindo repasses financeiros para alterar dados do sistema. A Conafer enfrenta mais de mil processos judiciais por práticas abusivas em Mato Grosso do Sul.

Bruno Deitos, dono da empresa Premier Recursos Humanos, foi contratada pela Target Pesquisas de Mercado, para realizar atualização de cadastros de associados da Conafer e assim conseguia as assinaturas para forjar autorizações para empréstimos, indica a PF. A Target era a contratada direta da confederação e terceirizou a Premier para realizar o serviço.

Segundo Bruno contou em depoimento à polícia, a empresa dele tinha sido contratada para atuar em MS e ainda no Distrito Federal e em Goiás, Bahia, Minas Gerais e Mato Grosso. O trabalho era de recrutar promotores de pesquisa que iriam pessoalmente aos endereços fornecidos pela Conafer para colherem assinaturas dos associados.

Tais assinaturas deveriam constar em formulários de exclusão do desconto de mensalidade, associação, e relatório de ausência ou mudança de endereço. Entretanto, o objetivo final era apenas o registro da assinatura para alterações de documentos em PDF para transformar os referidos formulários em formulários de adesão. Ele teve conhecimento da fraude pelo dono da Target.

Depois de realizado o serviço, o empresário não recebeu pela totalidade do serviço e foi ameaçado por Tiago Ferreira Lopes, irmão do presidente da Conafer, Carlos Roberto Ferreira Lopes.

Em um segundo depoimento, também em 2021, Bruno voltou a relatar ameaças e disse à polícia que "o presidente da Conafer comentou em uma reunião que tinha domínio sobre os diretores do INSS, mas não especificou quais diretores seriam; que o domínio que o presidente da Conafer mencionou seria repasse de vantagens financeiras para tais diretores, a fim de alterar dados do sistema do INSS, bem como fornecer informações relativas a aposentados e pensionistas".

O empresário contou ainda à polícia que tinha, em arquivo digital, 28,7 mil fichas de assinaturas coletadas de todos os seis estados onde prestou serviço. A Conafer, segundo pesquisado pela reportagem, é ré por práticas abusivas em pelo menos 1.034 processos judiciais em Mato Grosso do Sul.

Desde a operação, nem advogados, nem as entidades citadas responderam às solicitações de esclarecimentos enviadas pelo Campo Grande News.

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