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Cidades

Taxa de contágio deve "estourar" com resultados de 1,1 mil exames represados

Cada infectado por covid-19 no Estado tem transmitido a doença para 1,5 pessoa; o ideal seria 1 para 1, para equilibrar a pandemia

Lucia Morel | 17/06/2020 17:18
Teste rápido identifica quem já foi contaminado com a doença ou está infectado há pelo menos sete dias. (Foto: Henrique Kawaminami)
Teste rápido identifica quem já foi contaminado com a doença ou está infectado há pelo menos sete dias. (Foto: Henrique Kawaminami)

Com mais de mil testes de detecção de covid-19 represados em Mato Grosso do Sul, a taxa de contágio que já chegou a ser de 2,2 para cada habitante no Estado, caiu para 1,5, mas vai “estourar” esta semana, avisa o infectologista e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em MS, Júlio Croda.

A taxa indica para quantas pessoas um infectado tem passado o vírus e o índice ideal, segundo especialistas, é de 1 para 1. Os dados são do painel Covid-19 Analytics, da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro).

O avanço expressivo esperado para esta semana, segundo Croda, se deve principalmente ao feriado, já que além de haver 1.146 amostras coletadas e não analisadas pelo Lacen (Laboratório Central de MS), drive thru de Dourados, atual epicentro da doença no Estado, não funcionou no último fim de semana quando foi comemorado Corpus Christi, em 11 de junho. Não houve coletas entre 11 e 14 da semana passada.

Fonte: Covid-19 Analytics
Fonte: Covid-19 Analytics

Segundo o especialista, não é possível atribuir uma taxa real de transmissão do vírus sem que haja os resultados totais de casos confirmados. A taxa de contágio é feita por dia e não leva em conta os casos acumulados. Ou seja, se em 24 horas novos 100 casos foram identificados e, no dia seguinte, forem 200, por exemplo, a taxa de contágio será distinta.

“A taxa é baseada nos casos reportados. Se não é testado e tem exames acumulados, isso impacta na taxa”, afirma o especialista, que também é professor da Famed-UFMS (Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Assim que a fila de exames for zerada, será possível ter a taxa real de contágio em MS. “Espera essa semana, que vai zerar a fila e aí vai estourar”, sustentou.

Positividade – Os dois exames realizados para detecção de covid-19 identificam movimento distinto da doença. O RT-PCR, chamado de padrão ouro e em que é coletada a mucosa nasal ou da garganta, identifica se alguém está com a doença no momento.

Já o teste rápido, feito com coleta de gota de sangue, identifica reação dos anticorpos da doença, e serve, principalmente, para saber quem já se infectou com a doença. Analisar os números de positividade deles revelam o avanço e a dinâmica da pandemia.

Taxa de contágio em MS já chegou a 2,2. (Fonte: Covid-19 Analytics)
Taxa de contágio em MS já chegou a 2,2. (Fonte: Covid-19 Analytics)

Até ontem, como o Campo Grande News mostrou aqui, o percentual de positividade nos testes rápidos feitos nos drive thrus da Capital, Corumbá, Dourados e Três Lagoas eram de 4,1%, 7,1%, 14,4% e 3,9% respectivamente. Isso significa que em cada 100 pessoas que fizeram o exame, 4,1 foram infectadas em Campo Grande, por exemplo.

Já no boletim publicado hoje pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), a Capital e Três Lagoas apresentaram aumento importante nesse índice, sendo agora de 4,8% na primeira e 5,1% na segunda. Corumbá e Dourados mantiveram a mesma taxa de ontem.

Mato Grosso do Sul registra 36 mortes pelo novo coronavírus e acumula 4.164 confirmações. São 2.110 pessoas recuperadas da doença.

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