Traficante que fugiu de fórum tem apuração de propina arquivada
Romilton foi apontado como elo para pagar R$ 1 milhão a desembargador de São Paulo
A PGR (Procuradoria-Geral da República) arquivou investigação contra o traficante Romilton Queiroz Hosi, o “Comandante Johnnie”. Com histórico de fuga escandalosa em Mato Grosso do Sul, ele era apontado como elo de suposta propina de R$ 1 milhão para desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo.
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A PGR (Procuradoria-Geral da República) arquivou investigação contra o traficante Romilton Queiroz Hosi, conhecido como "Comandante Johnnie", que era investigado por suposto pagamento de propina de R$ 1 milhão a um desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo. A subprocuradora Luiza Cristina Frischeisen afirmou não haver elementos suficientes para oferecer ação penal. Hosi, que ficou conhecido por uma fuga do Fórum de Campo Grande em 2003, foi preso novamente em 2019 em Jundiaí (SP). O caso estava relacionado à Operação Churrascada, da Polícia Federal, que investigava possível pagamento de propina ao desembargador Ivo de Almeida em troca de habeas corpus, benefício que nunca se concretizou.
De acordo com o Blog do Fausto Macedo, no jornal O Estado de São Paulo, a subprocuradora Luiza Cristina Frischeisen reconheceu que não foram colhidos elementos, tornando inviável o oferecimento de ação penal contra “Comandante Johnnie”, aliado de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, chefão do crime organizado.
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A informação sobre a suposta propina de R$ 1 milhão surgiu na Operação Churrascada, deflagrada pela PF (Polícia Federal) em junho de 2024. O valor seria pago ao desembargador Ivo de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo, em troca da concessão de habeas corpus. O dinheiro nunca chegou ao magistrado.
No ano de 2003, Romilton fugiu do Fórum de Campo Grande após prestar depoimento em um processo de falsidade ideológica. A fuga só foi descoberta quando o ônibus com os internos retornou ao estabelecimento penal. Ele havia sido preso em abril de 2002, na cidade de Rio Verde de Mato Grosso, com 449 kg de cocaína.
Na época, foi apontado suposto pagamento de R$ 1 milhão aos policiais da escolta para facilitar a fuga. Romilton voltou a ser preso em 2019, em Jundiaí, interior de São Paulo.
A prisão ajudou na deflagração da Operação Além-Mar, deflagrada em agosto de 2020 pela PF de Pernambuco.
Premissa falsa – De acordo com o criminalista Átila Machado, as recentes decisões do Superior Tribunal de Justiça, que arquivaram a acusação da “rachadinha” e o suposto favorecimento a senhor ligado à organização criminosa, restabelecem a verdade sobre a vida íntegra e proba do desembargador Ivo de Almeida.
“Mas não só, tudo isso mostra que a Polícia Federal partiu de uma premissa falsa: que um ex-amigo - falecido em abril de 2019, vítima de câncer - do desembargador tivesse algum tipo de influência sobre suas decisões. Contudo, o próprio filho desse ex-amigo foi ouvido e falou para Polícia Federal que seu pai vendia ilusões, sem que o desembargador tivesse conhecimento ou qualquer benefício", informa o advogado em nota enviada ao Campo Grande News.
O desembargador foi afastado do cargo desde a Operação Churrascada. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Romilton Queiroz Hosi.
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