Alagamentos revoltam e fazem moradores mudarem de casas

Os alagamentos causados pelo transbordamento do Córrego Cabaça, na Vila Olinda, atingiram uma vila de casas alugadas. Revoltados, os inquilinos anunciaram que vão romper o contrato e mudar de residências.

O mais surpreendente é o caso do gerente de operações Laércio dos Santos, 48 anos, que enfrentou uma enchente pela primeira vez na vida, apesar de já ter morado há cerca de 10 anos em São Paulo. "São Paulo tem muita enchente, mas nunca passei por isso", contou, surpreso com o alagamento da casa, onde estava morando há cinco dias.

Santos mudou-se há 20 dias para Campo Grande e ficou 15 dias em um hotel. "Vou rescindir o contrato, não sabia que alagava", comentou. A casa é uma dos seis sobrados localizados na Vila Olinda.

A mesma decisão tomou o estudante Lucas Tenório Maia, 18, que está há duas semanas na vila. Ele contou que o dono não o avisou da enchente, mas o contrato de locação traz a ressalva de que o proprietário não é responsável por eventuais perdas causadas por inundações e temporais.

"Não perdi nada", afirmou, contando que isto só não ocorreu porque uma vizinha o acordou para avisar do transbordamento do córrego. Ele ajudou a mulher a erguer os móveis da casa dela e depois da sua.

Segundo a acadêmica de Medicina, Tatiane Tunale, 25, que reside na parte de cima dos sobrados, sempre que chove e alagam, a maioria dos moradores das casas térreas mudam-se do local. Ela mora há três anos no local.

Ela contou que a situação piorou há quase um ano e meio, quando começaram as obras de urbanização do Córrego Cabaça.

O Atacadão teve a parte de carga e descarga alagada. No entanto, funcionários não quiseram falar do problema, apesar de caixas estarem cobertas pelo barro. Vários funcionários foram deslocados para trabalhar na limpeza desde às 15h de hoje.