Atos na Capital e em Sidrolândia marcam 1 ano da morte de terena

Nesta sexta-feira (30), a morte do terena Oziel Gabriel, 35 anos, completa um ano e manifestações em Campo Grande e em Sidrolândia marcam a data com a presença de parentes, indígenas e simpatizantes da causa. Na sede da fazenda Buriti, hoje ocupada por 38 famílias indígenas, são esperados mais de 5 mil indígenas de aldeias da região.
Na Capital, o movimento foi batizado como “Ato contra a impunidade e pela demarcação de terras indígenas”. A concentração está marcada para o meio-dia na Praça do Rádio Clube e o grupo pretende fazer uma marcha até a Praça Ary Coelho, onde haverá fala de lideranças por volta das 15 horas.
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De Sidrolândia, distante 70 quilômetros de Campo Grande, três ônibus sairão lotados de indígenas que vivem nas aldeias Buriti, Água Azul e Córrego do Meio, essa última onde vivia Oziel.
Na Terra Indígena Buriti, a preparação para o evento que pretende discutir a situação da região e homenagear a família de Oziel já começou. A sede da fazenda ocupada desde o dia 15 de maio do ano passado começou a ser limpa nesta quinta-feira (29).
São esperados mais de 5 mil indígenas no espaço além de representantes do MPF (Ministério Público Federal). O líder indígena das famílias que vivem na área ocupada, Paulo dos Santos Fernandes, 23 anos, explica que o cronograma do evento foi debatido entre os indígenas.
“Nós resolvemos fazer esse ano para que a morte dele não seja esquecida. Nós convidamos o pessoal do MPF e toda nossa comunidade estará aqui. Já avisamos irmãos de outras aldeias de cidades vizinhas e esperamos que todos venham”, diz.
Confronto e morte – Oziel foi baleado no dia 30 de maio do ano passado durante desocupação feita pela Polícia Federal. Os agentes cumpriam ação de reintegração de posse, expedida pela Justiça depois que a ocupação completou 15 dias.
O indígena foi socorrido até o hospital de Sidrolândia, mas morreu minutos depois de dar entrada na unidade. Inquérito da Polícia Federal que apurou a morte do índio teve 2,1 mil páginas, foi encerrado no fim do ano passado e não apontou culpados. Tudo porque a bala que matou Oziel nunca foi encontrada.