Briga por liderança faz índios ameaçarem outros de morte
A briga constante por liderança na aldeia Amambai, no município de mesmo nome, a 351 quilômetros de Campo Grande na fronteira com o Paraguai, fez com que alguns índios mantivessem outros sob mira de facões, revólveres e pedaços de pau neste domingo (20 de janeiro).
O caso chegou ao conhecimento da Polícia Civil hoje através de duas vítimas e do capitão da aldeia Rodolfo Ricarte. Segundo ele, cerca de 15 indígenas estavam na aldeia quando chegou ao local Italiano Vasques no Gol dele, junto com mais seis índios.
A maioria dos índios temeram algo pior e fugiram, ficando no local somente Izauro Benites, 36 anos, e Roberto Benites, 39 anos. Eles foram mantidos reféns por cerca de cinco horas sob mira das armas e sendo ameaçados.
Coordenados por Italiano Vasques, os índios armados diziam aos outros que o novo capitão da aldeia era Italiano e que todos deviam respeita-lo.
As vítimas disseram ainda à Polícia Civil que os autores falavam que iriam matar Rodolfo Ricarte. Ninguém ficou ferido.
Questão indígena - A briga por terras é constante na aldeia. Cada comunidade indígena pode ter mais de um capitão e cacique. De acordo com a Funai (Fundação Nacional do Índio) a organização interna da aldeia é de responsabilidade dos moradores e por respeito às tradições indígenas não interfere diretamente.