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Cidades

Campanha contra hanseníase quer alcançar 91 mil alunos em MS

Em 2014, MS teve 3,95 casos para cada 100 mil habitantes

Thiago de Souza | 10/08/2015 20:39

2.300 agentes de saúde de todo o país, vão, a partir desta segunda-feira (10), percorrer escolas públicas na Campanha Nacional de Hanseníase, Geo-helmintíases e Tracoma, que pretende diagnosticar as doenças em alunos de cinco a 14 anos. A meta é de alcançar mais de oito milhões de crianças e adolescentes. Em Mato Grosso do Sul, a ação quer alcançar 120 escolas de quatro cidades, para chegar até 91 mil alunos. 

Os profissionais envolvidos terão de procurar alunos que apresentem sintomas da doença. Se encontrados, os casos serão encaminhados à rede básica de saúde para confirmação e tratamento imediato.

Serão distribuídas mais de oito milhões fichas de autoimagem para cerca de 45 mil escolas que participam da campanha. Nas fichas, com desenho do corpo humano, os responsáveis vão marcar onde as crianças possuem qualquer tipo de machas na pele, para serem avaliadas pelas equipes da atenção básica.

A partir de um diagnóstico positivo de hanseníase, será possível descobrir se há outros casos na família ou comunidade, evitando a transmissão da doença. “Quando uma criança está com hanseníase, significa que alguém do convívio dela também esteja. Razão pela qual, os profissionais de saúde também vão examinar familiares e outras pessoas do mesmo convívio. A hanseníase tem cura e a transmissão é interrompida já no início do tratamento”, explica o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Antônio Nardis.

Terapia de Contatos

Para interromper a cadeia de transmissão, o Ministério da Saúde vai adotar, ainda nesse segundo semestre, uma terapia preventiva da hanseníase aos contatos de casos com a doença diagnosticada.

A estratégia busca ampliar a cobertura de exames de contatos. Ou seja, a cada novo diagnóstico ou pessoa em tratamento, o serviço de saúde vai identificar e tratar, no mínimo, 20 contatos, entre pessoas que vivem na mesma casa, na vizinhança e outros contatos sociais.

Estudo mostra que a profilaxia pode reduzir em 60% a incidência da doença e em 57% o risco de hanseníase em contatos de pacientes diagnosticados, em dois anos.

Tracoma e Verminose

Apesar de ter foco em hanseníase, a iniciativa quer reduzir a carga das verminoses (parasitas intestinais conhecidos como lombrigas), que causam anemia, dor abdominal e diarreia, com o uso de vermífugo preventivo. Mais de 580 municípios também farão busca de casos de tracoma, por meio de exame dos olhos. O tratamento é com dose única de antibiótico para os casos positivos e seus contatos próximos.

Redução de casos 

A taxa de prevalência de hanseníase caiu 25,7% em 10 anos, no Brasil, passando de 1,71 pessoas em tratamento por 10 mil habitantes, em 2004, para 1,27 por 10 mil habitantes, em 2014. A queda é resultado das ações voltadas para a eliminação da doença, intensificada nos últimos anos. Em Mato Grosso do Sul, a taxa de prevalência de hanseníase em 2014 foi de 3,95 casos por 10 mil habitantes.

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