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Capital

Acusado de duas mortes, PM sai de 1º júri com pena de 6 anos, mas no semiaberto

Durante julgamento, defesa sustentou legitima defesa, mas polícial foi condenado por homicídio doloso

Mirian Machado | 14/09/2021 16:20
Família de Luiz em frente ao Fórum de Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)
Família de Luiz em frente ao Fórum de Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)

O policial militar Gésus Fernandes de Oliveira, de 36 anos, foi condenado por homicídio doloso no Tribunal do Júri, nesta terça-feira (14), a 6 anos de reclusão, mas em regime semiaberto, por matar com um tiro na nuca, Luiz da Silva Souza Júnior, baleado aos 17 anos, em uma casa de show, em 2017, na Capital.

Durante julgamento, que teve inicio às 8h, na 1ª Vara do Tribunal do Júri, a defesa tentava absolvição, alegando legítima defesa e refutando homicídio. O PM sustentava que foi agredido "em cumprimento de dever legal". O júri acatou o pedido de afastamento da qualificadora, de motivo fútil e por dificultar a defesa da vítima, porém, o condenou por homicídio doloso, com intenção de matar.

A condenação em regime semiaberto é por entender que "não estão presentes fundamentos que autorizam sua prisão cautelar neste momento", diz a sentença.

sus também responde pelo assassinato de Thauan de Jesus Milina da Silva, 21 anos, ocorrido em 14 de dezembro de 2015. O crime foi muito parecido, com tiro na nuca. A vítima foi atingida durante tiroteio na boate Terra do Nunca, na Avenida Ezequiel Ferreira Lima, no Bairro Guanandi II, em Campo Grande. Gésus era segurança do local. Pelo crime, ele começa a responder em novembro.

Luiz Junior Souza foi morto quando tinha 17 anos. (Foto: Arquivo)
Luiz Junior Souza foi morto quando tinha 17 anos. (Foto: Arquivo)

Familiares de Luiz foram até o Tribunal do Júri, mas não puderam acompanhar de dentro do plenário. Nem a imprensa foi autorizada a entrar. A acusação pediu pena máxima para o acusado de mudar drasticamente a vida da família. Segundo a irmã do adolescente, Jéssica Samantha Bastos, de 30 anos, o pai entrou em depressão e sofre de ansiedade. A mãe, renal crônica, também sucumbiu a tristeza. Ao longo dos anos, os dois vivem de remédios e resta às filhas ampará-los.

Espaço de eventos onde ocorreu o crime. (Foto: Arquivo)
Espaço de eventos onde ocorreu o crime. (Foto: Arquivo)

Em 10 de junho de 2017, por volta de 02h30, o policial fugiu, depois de acertar um tiro fatal na nuca de Luiz Junior Souza, na Chácara da República, localizada na Rua da Divisão, Jardim Monte Alegre, em Campo Grande.

Ao se entregar à polícia, dois dias após o crime, o policial alegou legítima defesa e disse que a vítima estava armada. A arma, no entanto, nunca foi encontrada. A família do adolescente nega essa versão.

Conforme a denúncia do MP-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), o policial atirou na vítima durante uma confusão na casa de shows. Em depoimento, Gésus alegou que o adolescente teria atirado duas vezes em sua direção, antes dele revidar.

Policial é homem de camisa azul, deixando delegacia. (Foto: Adriano Fernandes)
Policial é homem de camisa azul, deixando delegacia. (Foto: Adriano Fernandes)


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