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Capital

Família nega que garoto morto por policial em festa estaria armado

A família nega a versão dada pelo PM de que ele teria reagido a dois disparos feitos pelo jovem que foi atingido e morto

Adriano Fernandes | 16/06/2017 15:38
Luiz tinha 17 anos e costumava ir frequentemente ao local onde foi morto, segundo a família. (Foto: Reprodução)
Luiz tinha 17 anos e costumava ir frequentemente ao local onde foi morto, segundo a família. (Foto: Reprodução)

Ao contrário da versão dada pelo policial militar de 31 anos, autor do disparo que matou o Luiz da Silva Souza de 17 anos, na madrugada do último sábado, dia 10, familiares do garoto contam que na ocasião não houve troca de tiros e que o rapaz, nem sequer estaria armado na hora do crime.

“Não existe troca de tiros de um único disparo contra uma vítima. E o único que houve, foi o que ele acertou o meu irmão no pescoço. Queremos justiça”, comentou a estudante e irmã da vítima, Jéssica Samantha Passos de Souza, 26 anos.

De acordo com a estudante no dia do crime, Luiz e ao menos três amigos teriam ido a uam festa na Chácara República pela rua da Divisão, como era de costume. Os colegas do rapaz confirmaram que de fato, houve um tumulto na casa noturna, por volta das 02h, mas negam que a confusão tenha começado por conta de alguma briga.

“Houve tumulto no momento em que todos saiam do salão. Foi quando o segurança deu um disparo para o alto para tentar dispersar todo mundo”, conta. Ainda segundo Jéssica, a partir do primeiro tiro houve correria e um segundo disparo logo em seguida. “Ele pode ter até tentado atingir outra pessoa mas quando os colegas do meu irmão olharam para trás ele já estava caído no chão”, completa.

Fachada do local onde houve o crime. (Foto: Marcos Ermínio)
Fachada do local onde houve o crime. (Foto: Marcos Ermínio)

Luiz trabalhava como marceneiro e segundo a irmã não tinha um histórico de marginal. “Ele vai ter que provar que meu irmão estava armado porque ele não estava. Meu irmão não era vagabundo e além de matá-lo, ainda fica alegando que ele era bandido”, comenta a irmã, a respeito da versão dada pelo PM de que ele teria fugido do local, após o disparos depois de ter ouvido de frequentadores que o rapaz tinha 'amigos perigosos'.

Na próxima semana a família, por intermédio de um advogado vai comparecer a delegacia para interceder sobre o caso e tentar uma possível prisão do suspeito, identificado apenas como Cabo Fernandes.

Em protesto, a família vai também realizar neste sábado (17) uma passeata saindo da residência onde o rapaz morava, pela Rua Bernardo Guimarães até em frente ao espaço de eventos onde o jovem foi morto. A passeata esta marcada para as 14h30.

Defesa – A defesa de Cabo Fernandes que pelo crime, responde em liberdade por homicídio doloso, nega a versão cogitada pela família da vítima. “A família nem sequer sabia onde estava este garoto no momento do crime. Então como eles podem alegar que ele não estava armado?”, questiona o advogado Amilton Ferreira, que defende o PM.

O advogado ainda ressalta sobre a versão dada pelo cliente. “Ele ouviu um disparo no momento em que estava no espaço e foi checar o que estava acontecendo quando encontrou dois rapazes armados, se identificou e pediu para eles soltarem as armas. Luiz atirou duas vezes e ele revidou co um tiro”, conclui.

Cabo Fernandes confessou o crime na última segunda-feira (12), dois dias após o crime, na 5ª delegacia de Polícia Civil, onde o caso é investigado.

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