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Capital

Às vésperas de audiência, depoimento mostra que jovem tinha intenção de matar ex

Messias Cordeiro da Silva responde pelo assassinato Karolina Pereira e de Luan Roberto de Oliveira

Ana Beatriz Rodrigues | 26/06/2023 18:08
Messias durante o depoimento na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento á Mulher)
Messias durante o depoimento na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento á Mulher)

Quase dois meses após o assassinato da jovem Karolina Silva Pereira, de 22 anos, e de Luan Roberto de Oliveira, de 24, o autor dos crimes continua preso e para o mês que vem está marcada uma audiência sobre o caso. O Campo Grande News teve acesso ao processo com detalhes do depoimento de Messias Cordeiro da Silva, de 25 anos, logo após os assassinatos. O crime aconteceu na madrugada do dia 30 de abril deste ano no Jardim Colibri, em Campo Grande.

Messias disse à delegada Karen Viana que a intenção dele nunca foi matar Luan: “a minha intenção nunca foi fazer nada contra o rapaz, se ele tivesse virado as costas e corrido, eu não teria ido atrás dele nem disparado na direção dele”, conta o rapaz.

Em momento antes, ele disse que já tinha ido à casa da jovem ‘com a intenção de prejudicar ela’. Quando questionado pela delegada, "prejudicar como?", Messias explica: “tirar a vida dela”.

Quando eles [o casal] foram me ver, eu já estava bem próximo deles, bem próximo mesmo, foi quando ela tomou um susto, eu acredito que ela não tenha visto ser eu, mas ela viu que tinha uma pessoa ali apontando uma arma para ela. Ela tomou um susto, empurrou o rapaz e pegou um impulso para trás, acredito que ele tenha empurrado, mas para ela sair para trás, porque ela viu que a arma estava na direção do rosto dela”, detalhou o acusado.

Após ouvir esses detalhes, a delegada pergunta, “então você mirou para a Karolina?”, Messias responde “sim” e explica que não iria matar Luan, porque nunca havia visto ele, não sabia quem era.

Eu efetuei o primeiro disparo, aí acho que esse pegou no pescoço ou de raspão. A Karolina ficou em choque, paralisada, o rapaz agachou, rodou e meio que se levantou para vim na minha direção. Nesse momento, eu virei para ele e efetuei um disparo nele, aí ele caiu no chão”, durante o depoimento, Messias gesticulava com as mãos para mostrar com mais clareza para a delegada como a dinâmica havia acontecido, “aí eu voltei na direção da Karolina, só que aí nesse momento ela saiu do ‘choque’ que ela tava, virou as costas e saiu correndo xingando ‘sai daqui seu filho da p.’, foi quando eu efetuei um disparo e pegou na nuca dela”, pontuou.

Em dado momento do depoimento, Karen questiona qual era a intenção dele ao encaminhar áudios para a mãe de Karolina, e Messias responde: “fazer ela se sentir mal, porque eu tinha uma mágoa, ódio, rancor muito grande em relação a ela por todas as atitudes dela, por tudo que ela fazia comigo”, segundo Messias, ele era humilhado pela ex-sogra.

Após ele dizer todos os atritos que teve com a sogra durante o tempo em que esteve com a vítima, a delegada colocou um trecho do áudio para ele ouvir e confirmar se era a voz dele ou não, enquanto ele ouvia o áudio que enviou horas depois do crime foi a primeira vez que derramou lágrimas, Messias abaixou a cabeça e colocou a mão nos olhos, assim que a delegada pausa a gravação, ele seca as lagrimas no short.

Quando Viana perguntou se ele teria cometido o crime por não estar lidando bem com o término, ele imediatamente disse que via a situação como um término, "não que eu encarasse aquilo como um término, porque eu entendia mais como se fosse uma traição dela e após isso a rejeição. Aí depois disso eu me senti traído e enganado por ela. O que eu queria mesmo era que ela fosse honesta, abrisse o jogo, falasse a real”, finalizou.

Messias afirma que Luan e Karolina estavam tendo um caso e que, cerca de três dias antecessores ao crime, o autor viu o casal se beijando em frente à casa dela, o que motivou ele a "pegar ódio" da jovem.

No entanto, esse relato de suposto beijo entra em contradição, pois no celular de Luan, em troca de mensagens com Karolina na data em que Messias alega ter visto os dois juntos, o rapaz diz que nem um selinho aconteceu. Karolina confirma: “nenhum selinho, meu deus, como sou ruim”. Como o cerco foi se fechando, Messias e o primo procuraram um advogado e ele se entregou na Deam, por volta das 20h30 do dia do crime.

Messias foi indiciado por homicídio qualificado pelo motivo fútil, emboscada e pela impossibilidade de defesa da vítima, no caso de Luan Roberto. Já pela morte de Karolina, ele responde por feminicídio.

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