Assassinato de mulher no Coophavila 2 tem "aspectos estranhos", diz delegado
O assassinato acorrido na madrugada desta sexta-feira (8), no bairro Coophavila II, em Campo Grande, tem aspectos “estranhos”, segundo a definição do delegado que esteve no local do crime, Ivahyr Luiz de Campos, da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do bairro Piratininga.
O crime foi registrado como latrocínio, roubo seguido de morte, mas há várias lacunas a serem preenchidas pela investigação. A começar pela porta dos fundos da casa, que estava arrombada, mas com a lingueta intacta e aberta. O delegado explica que em casos de arrombamento, a peça costuma estar danificada.
Outro ponto que a Polícia tenta desvendar é que, aparentemente, a vítima, Juliana Corraleiro da Silva, 42 anos, não tenha levantado nem com o barulho do arrombamento. Segundo o delegado, ela não apresentava qualquer lesão de defesa e foi encontrada provavelmente do jeito que estava dormindo.
O corpo dela foi encontrado na manhã de hoje, por volta das 10h, por vizinhos e familiares, deitada em um colchão no quarto da casa, apenas com as roupas íntimas e coberta até a cintura. Segundo a Polícia Civil, Juliana tinha oito perfurações espalhadas pelo corpo, a maioria sendo na garganta.
A facada que a vítima levou no rosto também chamou a atenção do delegado, que afirmou ser atípica em caso de crimes como este. A perícia indicou que na casa não havia marca de sangue apenas no colchão, no travesseiro e na parede ao lado de onde Juliana foi encontrada morta.
Informações checadas pela Polícia com os vizinhos dão conta de que o barulho de arrombamento foi entre às 3h e 4h.
No gramado da varanda da casa, a Polícia encontrou uma bolsa de Juliana e uma cadeira de fio, que, segundo o delegado, provavelmente o autor utilizou para pular o portão.
Ainda sobre o arrombamento, o delegado levanta a hipótese de que o criminoso tivesse arrombado a porta para sair da casa, mas aponta o detalhe de que as janelas da casa não tem grade de proteção.
Pelo fato de Juliana ter sido encontrada vestida apenas com roupas as íntimas, em uma madrugada fria, a Polícia levantou a hipótese de que ela pode ter sofrido algum tipo de violência sexual.
Da casa, de acordo com o delegado, foram roubados dois aparelhos de DVD, um televisor e um celular. Juliana morava em Bandeirantes e estava de mudança para a Capital. Na cidade há cerca de uma semana e meia, esta tinha sido a primeira noite que a vítima havia dormido sozinha na casa.
O marido dela estava em Bandeirantes e estava vindo para Campo Grande de ônibus. Segundo uma parente, que não quis se identificar, Juliana era pedagoga e estava se mudando para ficar mais perto da família.
Segundo o delegado, ainda não há suspeitos do crime e nem indícios de que tenha mais de um envolvido no latrocínio. O caso foi registrado na Depac Piratininga e será encaminhada à Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos).