ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 21º

Capital

Áudio de confusão acirra tensão entre Guarda Municipal e Polícia Militar

Ricardo Campos Jr. e Renan Nucci | 08/04/2015 17:08
Crise mobilizou viaturas da PM na sexta-feira na antiga estação rodoviária (Foto: Simão Nogueira)
Crise mobilizou viaturas da PM na sexta-feira na antiga estação rodoviária (Foto: Simão Nogueira)

Compartilhado pelas redes sociais, áudio da ação da PM (Polícia Militar) dentro da sede da Guarda Municipal de Campo Grande mantém a polêmica e aumenta a tensão entre as duas corporações. O caso ocorreu na sexta-feira (3), quando dois agentes foram detidos e levados para a delegacia suspeitos de agredir uma pessoa na rua.

Edmar Soares, presidente da ACS (Associação de Cabos e Soldados Militares de Mato Grosso do Sul), disse que, “independentemente de onde partiu”, o conteúdo não contribui para o esclarecimento dos fatos e aumenta desnecessariamente a apreensão entre as instituições.

“Acreditamos que a polícia usou dos termos legais que permite a lei para constatar flagrante por uma pessoa agredida”, afirma Soares.

Ele diz ter recebido informações de que, em um primeiro momento, os guardas aceitaram ir até a Polícia Civil por livre e espontânea vontade e seguiram em viatura própria atrás da PM. No meio do caminho, entretanto, deram meia volta. Eles alegaram ter recebido orientações de superiores para retornar à base.

No áudio, os policiais envolvidos na situação afirmam ter entrado em contato com o delegado, que por sua vez orientou a equipe a deter os envolvidos. “Fala para o secretário vir também, quero prender ele também”, diz um dos PMs. “Se ele desobedecer ao juiz e ao promotor, ele está preso”.

Edmar fala que se as prisões não fossem efetuadas, os militares poderiam incorrer em crime de prevaricação, quando um funcionário público retarda, deixa de praticar ou pratica indevidamente seu ofício.

Outro lado – O secretário de Justiça de Campo Grande, Valério Azambuja, disse, por meio da assessoria de imprensa, que não há como saber que o vídeo é verídico, mas ainda assim será encaminhado às autoridades para verificação da legitimidade do conteúdo.

Udson Bonfin, presidente do Sindicato dos Guardas Municipais, fala que a tensão entre as corporações está controlada. O vídeo, segundo ele, deve ser enviado ao MPE (Ministério Público Estadual) como prova do ocorrido.

“A PM fala que agiu corretamente, mas no vídeo fala claramente que vai dar voz de prisão até para o secretário. Agora eles vão ter que sustentar. As imagens mostram os fatos que aconteceram. Cada um está contando uma versão e agora têm que ser apresentadas as provas para o Judiciário”, relata.

Alterações – Essa situação fez com que o coronel Deusdete de Oliveira, comandante-geral da Polícia Militar em Mato Grosso do Sul, protocolasse ofício solicitando mudança nos uniformes da Guarda Civil Municipal.

Essa medida serve para que não haja outros mal-entendidos como o de sexta-feira passada, quando um homem foi agredido no Centro de Campo Grande, mas não soube apontar com clareza se os autores eram guardas ou policiais, devido à semelhança nas cores e traços das fardas.

Deusdete alega que, por amparo legal (Decreto Estadual 1.095 de 12 de junho de 1.981), a PM tem o direito de usar a azul-marinho e por esta razão, sugere de maneira amistosa que a Guarda mude sua cor, que é a mesma.

O ofício solicitando a mudança foi encaminhado nesta semana à Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), para que seja entregue à Secretaria Municipal de Segurança Pública.

Por outro lado, a Guarda se baseia no Decreto 12.407, de 23 de julho de 2014, que regulamento o uso de uniformes e equipamentos. No anexo único, página 02 do Diogrande 4.068, consta que os guardas operacionais devem utilizar gorro, gandolas e calças na cor azul-marinho.

Nos siga no Google Notícias