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Capital

Candidatos a financiamento no Fies viram a noite em fila por senha

Paula Maciulevicius e Mariana Lopes | 05/02/2013 09:57
Teve acadêmico que chegou às 7h da noite e mãe de estudante que madrugou. (Foto: Luciano Muta)
Teve acadêmico que chegou às 7h da noite e mãe de estudante que madrugou. (Foto: Luciano Muta)

A noite deles foi passada ali, no improviso. Deitados na calçada na rua Ceará, em frente à Uniderp/Anhanguera, pelo 10 candidatos ao Fies (Fundo de Financiamento do Ensino Superior) viraram a noite para conseguirem ser atendidos. É que o limite é de 100 senhas por dia. No início da manhã aquela pequena fila de pessoas que dormiram ali, já tinha se multiplicado e a maioria, de novo, não ia chegar ao guichê de atendimento. A espera já fazia a fila dar a volta, sair da porta do Centro de Atendimento Acadêmico, passar pela cantina e voltar ao Centro. Um 'caracol' de pessoas e cadeiras.

Teve acadêmico que chegou às 7h da noite de ontem e mãe de estudante que madrugou e está em frente à universidade desde as 3h da manhã. O portão só abriu 5h. O jeito foi deitar como dava, se enrolar na coberta e esperar. Quando os portões se abriram, se acomodar ficou mais fácil. As cadeiras viraram cama e o descanso merecido para quem está as últimas 12h guardando lugar na fila.

O estudante Leonardo da Silva, 18 anos, que vai começar a fazer Serviço Social conta que resolveu passar a noite pela experiência anterior. “Eu já cheguei 5h da manhã e não consegui pegar senha, então resolvi chegar à noite mesmo”. É a terceira vez que ele vai ao Centro de Atendimento Acadêmico para regularizar a situação quanto ao pedido do Fies.

O jeito foi se acomodar como dava, em cadeiras ou deitar no chão mesmo, como a maioria passou a noite. (Foto: Luciano Muta)
O jeito foi se acomodar como dava, em cadeiras ou deitar no chão mesmo, como a maioria passou a noite. (Foto: Luciano Muta)

Dormir no chão ou nem pregar os olhos nem é a reclamação principal. “Os funcionários informam a gente muito mal. Esta é a sétima vez que eu estou vindo aqui. Cada vez é um papel diferente que eles pedem”, lamentou a estudante de Medicina, Ieda Vilela, 39 anos. A futura médica chegou hoje à universidade 3h da manhã, entre todas as idas e vindas, ela já foi parar na Ouvidoria da instituição e do Procon.

“Eles deveriam distribuir senhas e ir marcando, agendar um horário para você durante a semana, para não ter que vir todo dia. Eu estou perdendo trabalho por causa disso”, completa Ieda.

O problema se agrava para quem vem de fora, como é o caso da Rosa Delmonti, 37 anos. Ela veio de Jardim e chegou hoje às 5h da manhã para acertar as pendências do financiamento para a filha que quer estudar Direito. Ontem ela também veio, mas foi embora de mãos vazias porque a senha já tinha chegado ao fim.

“Eu não sei se eu vou ser atendida, mas estou contando com a palavra da universidade. Ontem à noite eles disseram que eu poderia retornar que seria atendida normalmente”, diz.

Leonardo da Silva, 18 anos, resolveu passar a noite pela experiência anterior, de chegar e não conseguir senha. (Foto: Luciano Muta)
Leonardo da Silva, 18 anos, resolveu passar a noite pela experiência anterior, de chegar e não conseguir senha. (Foto: Luciano Muta)

A artesã Vera Lúcia Andrade da Silva, 43 anos, veio de Camapuã para resolver a matrícula do filho em Agronomia. Chegou as 4h40 da manhã e já tinha mais de 100 pessoas na frente. “É a terceira vez que eu venho e não consigo atendimento. Não aguento mais ficar viajando, é complicado chegar um dia antes e passar a noite. Pelo tamanho da instituição, é muita falta de organização e respeito com os acadêmicos”, ressaltou.

O coordenador do departamento de controle acadêmico da universidade, professor Emerson Corazza, explica que o Fies pode ser pedido ao longo do semestre e que a fila tem sido extensa porque os alunos ficam preocupados com a data emitida pelo Governo Federal no formulário.

“São datas de controle da validade daquele formulário, aí os alunos estão procurando como se existisse o prazo, mas não existe. Basta só atualizar do formulário no sistema”, diz Corazza.

A Uniderp/Anhanguera informou que a partir de hoje começou a distribuir senhas para os próximos dias. “Hoje já estamos entregando senha para que eles possam vir pós-carnaval”, completa.

A orientação da universidade é para que os candidatos leiam com atenção o formulário de preenchimento e faço corretamente conforme as orientações. “Na renda o aluno não pode arredontar, ele precisa por até os centavos, porque confronta na hora de conferir com os documentos”, finaliza o coordenador.

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