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Capital

Casa de bilhar lotada tem confusão com a PM e prisão de foragido

Enquanto os clientes eram revistados, a mulher se apresentou como advogada e funcionária do TJMS

Geisy Garnes e Cristiano Arruda | 31/07/2021 10:38
Local amanheceu fechado neste sábado (Foto: Henrique Kawaminami)
Local amanheceu fechado neste sábado (Foto: Henrique Kawaminami)

Abordagem em uma casa de bilhar terminou com foragido preso e confusão com a polícia depois que a proprietária do local tentou impedir fiscalização, na madrugada deste sábado (31), no Jardim Centro Oeste, em Campo Grande. Enquanto os clientes eram revistados, a mulher de 31 anos acusou militares de abuso de autoridade, se apresentou como advogada e funcionária do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Por volta das 2 horas, os policiais que faziam rondas pela região encontraram o estabelecimento, que fica na Rua Marajoara, em pleno funcionamento: música alta, mesas de bilhar cheias, restaurante funcionando e pessoas aglomeradas dentro e fora do prédio. Além do desrespeito ao toque de recolher, nenhuma medida de biossegurança era seguida.

Assim que a viatura se aproximou do local, as pessoas que estavam do lado de fora, na calçada, tentaram fugir. Os policiais então fizeram a abordagem, impediram que os clientes deixassem o estabelecimento e começaram a revistar um por um. Um foragido da justiça foi encontrado entre o grupo e acabou preso pelos policiais.

As mulheres eram revistadas pela única policial feminina da equipe, tenente da Polícia Militar. Durante a ação, no entanto, a proprietária do estabelecimento se negou a cooperar e passou a incitar as clientes contra a militar.

Cacos de garrafas espalhados pelas calçadas vizinhas ao local (Foto: Henrique Kawaminami)
Cacos de garrafas espalhados pelas calçadas vizinhas ao local (Foto: Henrique Kawaminami)

Nervosa, ela afirmou que a policial não podia revistar as mulheres, que ninguém precisava seguir as ordens da guarnição, porque aquilo era abuso de autoridade. Gritou que era advogada e funcionária do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul e, por isso, era abuso passar pela situação. Ameaçou ainda denunciar os militares à Corregedoria da Polícia Militar.

Mesmo com a resistência, a tenente responsável pela revista imobilizou a proprietária do local para realizar a busca. Neste momento, o marido dela também reagiu. Afirmou que a policial não podia render a esposa daquela maneira e alterado, partiu para cima dela.

A tenente sacou a arma e pediu para o homem se afastar e esperar com as mãos na parede até ser revistado também. A discussão continuou até os demais policiais se aproximarem. Para a equipe, o casal disse que sabia do toque de recolher, mas escolheram desrespeitar, porque precisavam trabalhar. No momento do flagrante, mais de 30 pessoas ainda estavam no local.

Os proprietários não tinham nenhum documento de funcionamento no local, apesar de garantir que tudo estava regularizado: não havia Código de Defesa do Consumidor no prédio, nem alvarás sanitários do Corpo de Bombeiros ou qualquer solicitação de cadastro junto aos órgãos responsáveis pelo funcionamento legalizado do comércio.

Nesta manhã, a equipe do Campo Grande News foi ao endereço e encontrou o estabelecimento fechado. Um das vizinhas, que preferiu não se identificar, relatou que bagunça no estabelecimento é diária e a aglomeração não parou nem com a pandemia.

"Isso aqui é uma verdadeira bagunça, todo santo dia, mesmo com pandemia. Eu nem durmo mais, já reclamaram e o máximo que fizeram foi baixar o som. Pra você ter uma ideia, minha porta amanhece toda molhada de mijo. Aqui se não tem copo, tem garrafa no chão. Uma verdadeira bagunça, a gente já não sabe mais o que fazer nessa situação. Esses dias, a vizinha minha veio aqui reclamar que a porta dela estava amanhecendo com garrafas, até achou que era minha, mas não é, são dos frequentadores”, reclamou.

A reportagem não encontrou qualquer ligação da proprietária do bilhar com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul ou inscrição dela na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Mato Grosso Do Sul). Ela e o marido foram levados para a delegacia e indiciados pelos crimes de infração de medida sanitária preventiva, incitação ao crime e desobediência.

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