Clara não esperou e nasceu em 10 minutos no quartel dos Bombeiros na Capital
Gestante entrou em unidade da corporação ao perceber que não chegaria à maternidade e deu à luz no pátio
RESUMO
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Clara nasceu na manhã desta sexta-feira, 21, transformando a rotina do Corpo de Bombeiros em uma cena rara e carregada de emoção. O parto aconteceu no pátio do quartel do Guanandi, na Avenida Manoel da Costa Lima, depois que a mãe percebeu que não conseguiria chegar à maternidade. Quem fez o parto foi o tenente médico André Luiz Jacques, que viveu ali a experiência pela primeira vez.
A família, moradora do São Conrado, saiu de casa acreditando que daria tempo. A mãe já tinha passado por um parto e achou que o ritmo seria parecido. A bolsa estourou às 4h, mas ela decidiu esperar. As contrações apertaram, eles passaram pelo Regional sem parar, mas quando chegaram diante do quartel, não houve mais dúvida. “Eles perceberam que não ia dar tempo. Entraram direto pedindo ajuda”, contou o médico.
Os bombeiros iniciaram os primeiros cuidados enquanto acionavam a unidade avançada. Quando André chegou, a cena já mostrava a urgência. “Ela estava sem contração naquela hora, mas o cabelinho já estava aparecendo. Aí falei: ‘Pode deixar que agora eu assumo’”, relembrou.
Ele se apresentou, explicou que era pediatra e tentou acalmar a gestante. “Ela ficou muito emocionada, mas aí acalmou.” Na primeira contração forte logo depois, Clara nasceu ali mesmo, em menos de dez minutos desde a chegada da mãe ao quartel. “Foi muito rápido. Quando vi a força dela, entendi que era agora.”
Para o médico, o momento foge totalmente da rotina. “A gente atende muita tragédia, muito sofrimento. Ver uma vida chegando muda tudo. É muito diferente do que vemos no dia a dia.”
Ele lembra que, apesar de acompanhar partos em hospitais, foi a primeira vez que conduziu um do início ao fim. “Sempre recebo os bebês das mãos dos ginecologistas. Hoje não teve isso. Era só eu ali, esperando vir.”
A mãe e a pequena Clara passam bem. Para o médico, a cena ficará guardada como uma das poucas manhãs em que o plantão entregou alegria em vez de dor.
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