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Capital

Com anúncios clonados da OLX, novo golpe segue fazendo vítimas

Polícia alerta que golpistas agem como intermediários na compra e venda de um veículo

Liniker Ribeiro | 02/02/2019 16:01

A nova modalidade praticada por estelionatários - a de clonar anúncios de vendas na internet - continua a fazer vítimas em Mato Grosso do Sul. Neste sábado (2), um homem de 28 anos procurou uma delegacia da Capital após depositar R$ 3 mil na conta de golpistas. O valor seria referente à compra de uma motocicleta, anunciada por meio da página de vendas OLX, na qual os criminosos conseguiram intermediar a conversa entre vendedor e comprador.

Em janeiro, a Polícia Civil já havia alertado para o novo golpe. De acordo com a delegada Aline Sinnott da Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos), nesta nova modalidade, os golpistas clonam o anúncio verdadeiro de um veículo, normalmente com um valor inferior, e adicionam seus dados para contato.

O comprador, interessado pelo preço, entra em contato com o estelionatário que age como um intermediário com o vendedor. A cada um deles, o golpista afirma que o outro tem uma dívida com ele e os convence de não conversarem sobre valores quando for feita a visita para ver o veículo.

Foi justamente esse o discurso apresentado ao homem de 28 anos. De acordo com o boletim de ocorrência, no telefone listado no anuncio, quem atendeu se apresentou como Celina. A oferta apresentava a moto por um valor de R$ 3,8 mil.

A estelionatária convenceu o rapaz a procurar o casal dono do veículo em um condomínio da Rua da Divisão, afirmando que as pessoas mencionadas seriam seus primos e que a moto apenas estaria no local. O interessado foi alertado a não tratar de valores com o casal, com a desculpa de que mulher teria uma dívida com a golpista.

Os verdadeiros donos da motocicleta também foram enganados. Para eles, a pessoa que intermediou a situação afirmou que a vítima seria seu irmão, pessoa autorizada para negociar por ela.

O golpe só foi descoberto após tentativa de transferir o veículo para o nome da vítima. Com o sistema do Detran () fora do ar, na sexta-feira (1º), os envolvidos combinaram de retornar ao órgão na próxima semana, momento em que o comprador pediu para ficar com o veículo, já que duas transferências de dinheiro – uma no valor de R$ 1,7 mil e outra de R$ 1,3 – haviam sido feitos. Os proprietários negaram o pagamento, tendo o golpe sido descoberto.

Após as transferências, a vítima só conseguiu cancelar um dos procedimentos, o no valor de R$ 1,7 mil. O caso foi registrado como estelionato na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro de Campo Grande.

No Mato Grosso do Sul, em 2018, aconteceram 46 casos confirmados e outras 40 tentativas do golpe. 

A seguir, algumas dicas preparadas pela Defurv para evitar os golpes:

- Nunca repasse seus dados (fotos, documentos) por telefone ou aplicativos de conversação, sem a certeza da idoneidade da pessoa que está negociando;

- Nunca entregue seu veículo ou assine qualquer documentação de transferência sem a certeza que o valor pago foi devidamente creditado em conta bancária;

- Evite aceitar depósitos bancários por meio de envelope. Nesse caso, apenas efetue qualquer ato de entrega, após a certificação do crédito dos valores na conta bancária;

- Não negocie com intermediários sem referências. Negocie diretamente com o proprietário, ou pessoa devidamente autorizada documentalmente;

- No caso de compra, nunca deposite valores na conta de estranhos, sem a certeza que é a pessoa autorizada para a transferência veicular;

- Sempre confirme o crédito das transações via TED, junto a sua instituição financeira antes da entrega do veículo;

- Certifique-se sempre acerca da existência do veículo. Não confie apenas em fotos repassadas via aplicativos. Em caso de impossibilidade de verificar pessoalmente, peça que alguém de sua confiança certifique a existência do bem, além de verificar de que está negociando diretamente com o proprietário do veículo;

- Não confie em “prints” de comprovantes de pagamentos encaminhados via aplicativos sem a devida conferência em sua conta bancária.

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