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Capital

Com obras paradas, muita gente perdeu vendas e esperança no asfalto

Pavimentação não avança Aero Rancho, Nova Lima e Vila Nasser, mas problemas sim

Kleber Clajus | 06/01/2018 09:59
Rua Taumaturgo, no Aero Rancho, virou decepção entre comerciantes e moradores por obra parada  (Foto: Kleber Clajus)
Rua Taumaturgo, no Aero Rancho, virou decepção entre comerciantes e moradores por obra parada (Foto: Kleber Clajus)

Aero Rancho, Nova Lima e Vila Nasser tiveram obras suspensas, em novembro do ano passado, depois que a extensão do contrato da Águas Guariroba e Prefeitura de Campo Grande teve legalidade questionada no TCE (Tribunal de Contas do Estado). O sonhado asfalto não saiu ou contemplou somente uma parte desses bairros, permanecendo a promessa. 

Bruno Ribeiro, 25 anos, contabiliza prejuízos decorrentes da dificuldade de acesso a sua loja de rodas, pneus e acessórios automotivos na Rua Taumaturgo, no Aero Rancho. Houve a instalação de rede de drenagem e esgoto no local, mas o asfalto não veio junto. O que ficou foi o desnível nas calçadas, que já custou o parachoque de seu veículo e dos vizinhos.

“Metade das vendas são entregas para que os clientes não se decepcionem com o acesso”, comentou Bruno. “Minha filha quer andar de bicicleta, mas não dá e precisa ficar dentro de casa com as bonecas. Quando a rua está seca é poeira, quando chove sofremos com lama”.

Edna Mesquita, 46 anos, lamentou fechamento de barbearia ao lado da residência depois que uma cratera se abriu logo em frente, resultado das obras de drenagem no cruzamento entre a Taumaturgo com Canutama. Carros, ônibus e motos tem dificuldades de passar pela área que acumula água e barro de forma permanente. A funcionária pública está indignada.

“Nas duas últimas semanas resgatamos dois carros que ficaram presos. Motos andam na calçada. O barbeiro perdeu clientes e fechou em três meses e fiquei sem encomenda dos Correios por causa disso”, relatou Edna. “Perdemos asfalto e nem temos rede de esgoto”.

Bruno Ribeiro aponta para rua que ficou com asfalto somente na promessa (Foto: Kleber Clajus)
Bruno Ribeiro aponta para rua que ficou com asfalto somente na promessa (Foto: Kleber Clajus)
Aristides viu calçadas chegarem pertinho de casa no Nova Lima (Foto: Kleber Clajus)
Aristides viu calçadas chegarem pertinho de casa no Nova Lima (Foto: Kleber Clajus)

Pela metade - Osmar Pereira, 68 anos, comemorou chegada do asfalto em frente ao imóvel que construiu para vender na Rua Padre Antônio Franco, no Nova Lima. Como construtor ele esperou isso para valorizar o lote e ser possível que compradores o financiem.

Uma quadra abaixo o também construtor Ednilson Santos, 35 anos, declarou que “só Deus sabe” quando as obras serão estendidas a sua residência. “Podiam puxar a rede de esgoto até o posto de saúde [duas ruas para frente], mas não podemos fazer nada e vamos esperar a boa vontade”, disse, queixando-se do valor do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

Sem atraso – A prefeitura explicou que a paralisação dos serviços da Águas Guariroba não impactou ainda o cronograma de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

No Nova Lima a empreiteira construiu calçadas até 20 de dezembro e por pouco não beneficiou o aposentado Aristides Chimenes, 80 anos, que recorre a cascalho para acessar seu imóvel na Rua Martin Afonso de Souza. Na frente, restou o vão entre a casa e a rua. 

“Este é um período em que normalmente as empresas dão férias aos seus funcionários por causa do período de chuvas”, justificou a administração municipal, garantindo em nota não haver risco ao investimento por se tratar de financiamento junto a Caixa Econômica Federal.

A concessionária de água e esgoto reforça que investimentos em saneamento paralisados somam R$ 700 milhões e que está trabalhando para liberação que deve impactar os bairros Aero Rancho, Nova Lima, Vila Nasser, Coronel Antonino, União e Jardim Batistão. Já o TCE está em recesso.

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