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Capital

Com paciente acordado, cirurgia no cérebro reduz efeitos do mal de Parkinson

Adriano Fernandes | 05/05/2018 13:36
O paciente tem de permanecer acordado, porém, sob anestesia local, para que possa responder às perguntas e obedecer aos comandos motores estimulados pela médica neurofisiologista. (Foto: Divulgação Santa Casa)
O paciente tem de permanecer acordado, porém, sob anestesia local, para que possa responder às perguntas e obedecer aos comandos motores estimulados pela médica neurofisiologista. (Foto: Divulgação Santa Casa)

Neurologistas da Santa Casa de Campo Grande realizaram, nesta semana, cirurgia delicada e ao mesmo tempo inovadora no tratamento da doença de Parkinson. Conhecida como Deep Brain Estimulation (Estimulação Cerebral Profunda) a técnica exige que o paciente esteja consciente, enquanto a equipe médica aplica estímulos elétricos diretamente em seu cérebro.

Este foi o segundo procedimento do tipo realizado na unidade e que só é indicada em pacientes com mais de cinco anos de diagnostico ou nos casos em que a doença é muito incapacitante. No procedimento desta semana, o paciente possui 60 anos e foi diagnosticado há dez com a doença e tinha um comprometimento motor bem agressivo.

Ele teve um eletrodo implantado na região que controla os movimentos do corpo, localizada no núcleo subtalâmico (região profunda do cérebro). O paciente tem de permanecer acordado, porém, sob anestesia local, para que possa responder às perguntas e obedecer aos comandos motores estimulados pela médica neurofisiologista e assim, nortear os caminhos a serem seguidos na implantação do eletrodo no cérebro. 

O aparelho implantado é semelhante a um marca-passo usado em cirurgias cardíacas, mas serve para estimulação cerebral. (Foto: Divulgação Santa Casa)
O aparelho implantado é semelhante a um marca-passo usado em cirurgias cardíacas, mas serve para estimulação cerebral. (Foto: Divulgação Santa Casa)

“Por conta do tempo transcorrido até fazer a cirurgia, o paciente acabou perdendo muita qualidade de vida por conta das limitações motores que sofria, mas hoje, dois dias após a implantação do eletrodo, a evolução dele já pode ser percebida só pelo efeito lesional do aparelho. O gerador dele será ligado em até 20 dias para dar continuidade no tratamento”, comenta o médico responsável pelo procedimento, Dr. Newton Moreira.

O aparelho implantado é semelhante a um marca-passo usado em cirurgias cardíacas, mas serve para estimulação cerebral e que permite um alívio a partir da estimulação elétrica no ponto do cérebro em que é instalado.

A cirurgia é indicada para reduzir a quantidade de medicamentos aos quais os pacientes são submetidos, e retardar o efeito da doença (não sendo uma substituição), mas reduz as doses e efeitos colaterais no organismo garantindo uma melhor qualidade de vida.

A doença

As primeiras manifestações, sintomas e sinais da doença de Parkinson costumam ser leves e podem variar de pessoa para pessoa. Eles, normalmente, começam em um lado do corpo e persistem mesmo depois de afetar o outro lado podendo incluir: tremor, rigidez e a bradicinesia (lentidão anormal dos movimentos voluntários).

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