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Capital

Com tensão do lado de fora, detentas estão tranquilas, dizem famílias

Rixa entre facções em presídio feminino da Capital assustou familiares, que dizem que detentas estão despreocupadas com rebeliões

Amanda Bogo | 18/01/2017 14:30
Familiares aguardavam para entregar alimentos a detentas (Foto: Amanda Bogo)
Familiares aguardavam para entregar alimentos a detentas (Foto: Amanda Bogo)

O princípio de motim que ocorreu no início da manhã desta quarta-feira (18), no Estabelecimento Penal Feminino Irmã Irma Zorzi, no bairro Santo Antônio, em Campo Grande, e que mobilizou o Batalhão de Choque da Polícia Militar para fazer a transferência de cinco detentas, assustou familiares das internas que estavam no local para levar alimentos e outros itens. Segundo os parentes, mesmo com a confusão as internas estão tranquilas e não relatam a possibilidade do início de uma rebelião. 

Sacolas com alimentos, produtos de limpeza e outros itens que familiares entregam para as detentas (Foto: Amanda Bogo)
Sacolas com alimentos, produtos de limpeza e outros itens que familiares entregam para as detentas (Foto: Amanda Bogo)

A dona de casa Creusa Fernandes Neira, 60 anos, chegou meio dia para levar alimentos para a filha, de 34 anos, quando se deparou com as viaturas policiais e soube da discussão que aconteceu pela manhã.

“Fico preocupada, mas mesmo assustada não tenho medo. Não acredito que vá acontecer o que está acontecendo em todo o país. As meninas são boas. Meia volta tem briga, mas é resolvido”, disse, se referindo as rebeliões que aconteceram nas regiões norte e nordeste do país no início deste mês.

Laizera Moras, 58 anos, vendedora, chegou no estabelecimento penal após a entrada da polícia para controlar a situação. Ela disse que a filha de 28 anos afirma que tudo está tranquilo quando se encontram nas visitas, e que não há risco de que aconteça um grande conflito. 

"Acho que violência não leva a lugar nenhum. Minha filha não faz parte de nenhuma facção lá dentro. Ela não fala nada, mas aqui fora a gente escuta sobre o perigo de estourar rebelião, mas sempre achei que seria na Máxima", contou.

Empresária de 32 anos que não quis ser identificada levou itens para a irmã, de 29 anos. "Cheguei e o Choque tinha acabado de chegar. Fico muito preocupada com a situação que está acontecendo no país, fico desesperada. Mas lá dentro elas estão tranquilas e não sabem de nada", afirmou. 

Princípio de motim -  Conflito entre detentas na penitenciária feminina Irmã Irma Zorzi na manhã desta quarta-feira teria sido motivada por rixa entre lideranças do Comando Vermelho e do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Conforme o presidente do Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária), André Luiz Santiago, a briga entre lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital) e do Comando Vermelho teria começado há cerca de uma semana. “Elas queriam unificar as celas para iniciar um conflito”, contou.

De acordo com Santiago, as presas estavam nas celas 5, 9, 10 e 13 do presídio, e começaram um conflito mais acirrado depois que algumas detentas pediram transferência do presídio. “Lideranças queriam entrar em conflito antes da transferência das rivais e por isso começou a confusão. Os rumores de que isso aconteceria já rolam há uma semana”, disse.

Segundo agentes penitenciários ouvidos pelo Campo Grande News, pouco antes das 11h os grupos começaram a desobedecer ordens. A situação ficou tensa e só foi contornada pelos agentes por volta das 12h.

Mesmo com o clima no presídio mais ameno, às 12h38, uma equipe com 18 militares do Choque entrou no presídio e deu início a transferência de presas envolvidas na briga.

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