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Capital

Comerciantes e moradores culpam demora de Samu por morte de andarilho

Mariana Lopes e Jéssica Benitez | 23/04/2013 17:28
Andarilho estava abrigado no quintal de uma casa abadonada e os moradores encontraram remédios controlados na mochila dele (Foto: vanderlei Aparecido)
Andarilho estava abrigado no quintal de uma casa abadonada e os moradores encontraram remédios controlados na mochila dele (Foto: vanderlei Aparecido)

Comerciantes e moradores da Vila Nasser, em Campo Grande, culpam a demora no atendimento do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) pela morte de um andarilho, que não teve o nome identificado, mas é muito conhecido na região.

Segundo o proprietário de uma loja de móveis do bairro, Genivaldo Inácio, o morador de rua estava abrigado no quintal de uma casa abandonada desde ontem. Hoje, quando os vizinhos perceberam que ele não perambulava pelas ruas, como de costume, suspeitaram de que algo estava errado e acionaram o socorro.

“Quando ligamos para o Samu, ele ainda estava vivo, parecia estar inconsciente, mas ainda respirava”, comenta o estudante Alan David silva, de 18 anos, que mora em frente à casa onde o andarilho estava.

Genivaldo garante que a ambulância demorou aproximadamente 3 horas para chegar ao local. “O socorrista ficava perguntando por telefone se era grave mesmo, porque eles tinham muito o que fazer”, denuncia o comerciante. “Não é porque é mendigo que tem menos direito de socorro, é vida do mesmo jeito”, diz genivaldo.

Segundo os moradores, no quintal da casa tinha vômito e na mochila do andarilho, de aproximadamente 50 anos, foram encontrados frascos de remédios controlados. As testemunhas acreditam que tenha dado alguma reação no organismo do morador de rua, já que ele bebia constantemente.

De acordo com o coordenador do Samu, o médico Luis Antônio Moreira da Costa, a primeira ligação solicitando socorro foi às 12h13 e a ambulância chegou ao local às 13h15. A ambulância de suporte básico que atendeu a ocorrência estava no posto de saúde do bairro Vila Almeida.

Ainda conforme o coordenador, a demora de uma hora foi porque o veículo de socorro havia atendido outra ocorrência pouco antes e estava toda desmontada para ser limpa.

Sobre o estado de saúde do andarilho, o médico Luis Antônio afirma que quando a equipe do Samu chegou ao local o corpo dele estava em rigidez cadavérica, o que indica que ele havia morrido há mais de duas horas.

A equipe de suporte básico, formada por um condutor socorrista e um técnico em enfermagem, identificaram a morte, mas somente a equipe de suporte avançado que poderia atender a ocorrência e constatar o óbito.

A segunda ambulância estava no Hospital Regional, sem maca, e chegou ao local solicitado às 13h34, conforme informações do coordenador do Samu. “Nenhuma ocorrência primária (na qual o paciente está na rua) leva 3 horas, pois é prioridade”, afirma o médico.

Sobre o atendimento do Samu realizado por telefone, o coordenador garante que é feito por um médico regulador que faz perguntas técnicas a quem está do outro lado da linha.

“Quem constata a gravidade é o médico, eles não perguntam se é grave ou não, e quando ligaram para pedir o socorro, ele não estava mais respirando”, diz Luis Antônio, que pontua também que a ocorrência foi registrada como um bêbado desmaiado na rua.

Ainda conforme o coordenador, o Samu conta com 10 ambulâncias do suporte básico e 3 de suporte avançado, completa com médico e material de reanimação.

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