Curso forma médicos para oferecer acupuntura em unidades de saúde de MS
Capacitação integra ações da Secretaria Estadual de Saúde para ampliar práticas integrativas no Estado
Imagine receber sessões de acupuntura em uma unidade de saúde perto de casa, de forma gratuita? Médicos da atenção primária de Mato Grosso do Sul participam, esta semana, de um treinamento ministrado por professores de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Os profissionais, de 16 municípios, estão na Capital para a etapa presencial do curso, realizada na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
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Médicos de 16 municípios de Mato Grosso do Sul participam de treinamento em acupuntura na UFMS, em Campo Grande. O curso, com 200 horas-aula, é híbrido e visa capacitar profissionais da atenção primária. A acupuntura, segunda prática integrativa mais buscada no estado, é oferecida pelo SUS e integra um conjunto de 29 práticas complementares. Apesar da alta demanda, com 250 médicos interessados, apenas 33 foram selecionados devido a cortes orçamentários. O curso inclui oito módulos online e prática presencial, com foco em 15 protocolos para dores crônicas, como lombar, joelho e ombro, além de auxiliar em casos de depressão, ansiedade e insônia. A capacitação busca ampliar o acesso a tratamentos eficazes, reduzindo a dependência de medicamentos.
Conforme apurado pelo Campo Grande News, o curso tem carga horária de 200 horas-aula e é híbrido. A acupuntura é a segunda prática integrativa mais procurada pelos sul-mato-grossenses, de acordo com a SES (Secretaria Estadual de Saúde), ficando atrás apenas da auriculoterapia.
No SUS (Sistema Único de Saúde) são ofertadas 29 práticas integrativas, e a acupuntura é uma delas. A responsável técnica estadual das PICS (Práticas Integrativas e Complementares) da SES, Patricia Mecatti Domingos, informou que esta edição do curso conta com 33 profissionais.
Estes profissionais são de Antônio João, Costa Rica, Campo Grande, Jardim, Rio Verde de Mato Grosso, Brasilândia, Três Lagoas, Terenos, Sonora, Laguna Carapã, Bandeirantes, Maracaju, Ivinhema, Jateí, Corumbá e Itaporã.
“É uma técnica que ainda não é tão utilizada aqui em Mato Grosso do Sul. A acupuntura é um curso muito caro, então é difícil de ofertarmos. Esses profissionais vão atuar na atenção primária mesmo”, detalhou Patricia. Segundo ela, havia interesse de 250 médicos, mas, devido ao corte orçamentário, apenas 33 conseguiram participar.
À reportagem, um dos professores, Li Shih Min, da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), explicou que foram oito módulos em EAD (ensino a distância). “Hoje temos bastante evidência consolidada comprovando que a acupuntura funciona para várias situações clínicas, principalmente doenças crônicas”, afirmou.
Ainda segundo ele, geralmente são necessárias de oito a 10 sessões para se obter resultados. “O paciente pode fazer essas sessões e, quando consegue resultado, a melhora pode durar até seis meses. Mas é um tratamento, não um milagre”, ressaltou.
Li Shih Min acrescenta que, durante o curso, são ensinados 15 protocolos, voltados às situações clínicas mais comuns, geralmente ligadas a condições dolorosas, como dor de cabeça, cefaleia, osteoartrite de joelho, dor de ombro, abdominal e pélvica crônica. A acupuntura também pode ser usada como complemento no tratamento de depressão, insônia e ansiedade.
“Na medicina chinesa, é praticamente impossível separar corpo e mente. Então tratamos as queixas físicas, mas sempre com ponderações e relação com a saúde mental”, disse o professor.
A médica da família da USF (Unidade de Saúde da Família) Cophavilla, Jaqueline Romanowski, afirmou que pretende levar a prática para a unidade. “Foi um ganho muito grande. Poder tratar nossos pacientes com dores crônicas sem o uso abusivo de medicamentos é muito importante”, avaliou.
Jaqueline foi uma das voluntárias durante a aplicação prática. Com dor na lombar, recebeu a sessão de acupuntura. “Eles fizeram pontos de alívio na hora. É uma mágica mesmo”, contou. A etapa presencial do curso dura quatro dias e segue até domingo (17), na UFMS.
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