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Capital

Denúncias sobre preços abusivos nos mercados lotam ouvidoria do Procon

Segundo dados da superintendência, em três dias foram 400 reclamações; comerciantes alegam estar gastando mais

Maressa Mendonça | 26/03/2020 17:47
Consumidora analisa preço de produtos em supermercado (Foto: Marcos Maluf)
Consumidora analisa preço de produtos em supermercado (Foto: Marcos Maluf)


Em apenas três dias, o  Procon-MS (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor) recebeu quase 400 denúncias sobre aumento de preços nos mercados durante a epidemia do coronavírus. O preço dos ovos é o campeão das reclamações, mas outros itens da cesta básica como arroz, feijão, farinha e açúcar não ficam de fora da lista.

Leitora do Campo Grande News, que preferiu não divulgar o nome, disse ter ficado surpresa com o preço de cartela de ovos com 30 unidades, sendo comercializada a R$ 17, 50 no Atacadista Assaí na última semana. Fiscais do Procon foram até o local e o preço caiu para R$ 14, 50.

Nesta quinta-feira (26), os fiscais foram até o Pão de Açúcar e orientaram os responsáveis a baixar o preços dos ovos de R$ 14, 00 para R$ 8, 90. “Eles estão argumentando que o preço está vindo mais alto dos distribuidores”, explica Marcelo Salomão,  titular do Procon.

O presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Supermercados (Amas), Edmilson Jonas Veratti confirma que os comerciantes estão gastando mais. “Não é o mercado que está subindo”, resume. Segundo ele, os principais aumentos são percebidos em itens da cesta básica como arroz, óleo, trigo, leite e ovos. Em se tratando do leite, ele afirma que o aumento foi de até 55%.

Veratti afirma ter ouvido dos produtores que o problema está no aumento do valor da ração usada para alimentar os animais. Soja e milho, por exemplo, são cotados em dólar. Isto quer dizer que, com o dólar mais alto, naturalmente estes produtos ficam mais caros.


Preço da cartela de ovos é alterado por representante do Procon (Foto: Divulgação)
Preço da cartela de ovos é alterado por representante do Procon (Foto: Divulgação)


 “Não estamos acusando o produtor rural até porque não entendemos o negócio dele. Só estamos informando que nosso preço está sendo repassado mais caro porque a compra está sendo mais cara”.

Gerente do Meu Mercado, localizado no bairro Rita Vieira, Maurício Ismael confirma que as compras feitas pelo estabelecimento ficaram bem mais caras nas últimas semanas e existe um problema maior segundo ele: a falta de produtos.

Ele pagava R$ 3, 80 em um pacote com dois quilos de açúcar e agora não consegue encontrar o mesmo produto por menos de R$ 4,45. A farinha de trigo, segundo ele, passou de R$ 2,70 para R$ 3,00. O arroz que ele comprava a R$ 11,50 hoje não consegue encontrar por menos de R$ 14, 50.


“O ovo subiu bastante e o leite não tenho conseguido comprar com fornecedor porque o tempo de espera é de até 21 dias por conta do coronavírus”. Por trabalhar em mercado pequeno ele até conseguia adquirir produtos por atacado, mas agora não existe mais essa possibilidade porque os mercados estão limitando as quantidades”.

Ainda segundo ele, os produtos de limpeza também fazem parte dos itens que ficaram mais onerosos. “Água sanitária de algumas marcas não consigo encontrar. Álcool de espécie alguma o detergente que eu pagava R$ 1, 45 agora só encontro a R$ 1,62”.

O Procon e a Amas estão orientando os supermercados a guardarem as notas da compra como forma de comprovar que não estão subindo os preços sem motivo, mas repassando o aumento.

Em se tratando exclusivamente dos ovos, os campeões das reclamações, os produtores reforçam que os custos estão muito mais altos.

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