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Capital

Descaso em atendimento a idosa de 83 anos revolta família

Elverson Cardozo | 21/05/2012 15:29
Cercada de familiares, dona Joana pede para que não seja mais encaminhada à Santa Casa. (Foto: Minamar Júnior)
Cercada de familiares, dona Joana pede para que não seja mais encaminhada à Santa Casa. (Foto: Minamar Júnior)

A história, infelizmente, não é diferente, tampouco exclusiva. É repetida, mas com novos personagens. Desta vez, uma idosa de 83 anos foi a protagonista. Após uma crise convulsiva em casa, dona Joana Martins de Moura enfrentou uma maratona para receber atendimento médico, mesmo com plano de sáude.

Para a família não há dúvidas. A idosa, que hoje já está em casa, foi mais uma vítima do descaso. Tudo começou na terça-feira (15) à tarde quando dona Joana foi encaminhada, pelo Corpo de Bombeiros, ao setor particular da Santa Casa de Campo Grande, o Pronto Med.

A filha, Rosaria Moura Paniago, de 45 anos, conta que foi nas dependências do hospital que a aflição, ao invés de diminuir, aumentou. Dona Joana, relatou, foi conduzida ao repouso feminino e lá ficou por quase 3 horas sem receber qualquer atendimento.

A explicação para demora foi a de que a paciente seria submetida a exames de sangue e, por esse motivo, não poderia ser medicada. “Não aplicaram nem soro”, disse.

Mas o procedimento, segundo a filha, só foi realizado à noite, depois de horas de espera. Por volta das 23h, Joana recebeu alta, mas a Rosaria se recusou a tirar a mãe de dentro do hospital e exigiu que pressão arterial da idosa fosse aferida.

“Estava 16, daí eles chamaram um médico e um neuro pediu uma tomografia”, conta, acrescentando que só deixou o hospital no outro dia, por volta das 6h30.

Em casa, dona Joana sofreu nova crise convulsiva e foi, novamente, encaminhada à Santa Casa. “Colocaram ela em uma maca, dura, de ferro, com um cobertor fino”, descreveu a filha.

Rosaria reclama, também, do atendimento dispensado pela equipe de enfermagem. “Eu falei: ‘Enfermeira, dá uma olhada na minha mãe que ela não está boa’. Daí ela falou que iria olhar depois”, afirmou.

Filha, Rosaria Moura, afirma que a mãe foi mal antedida dentro da unidade. (Foto: Minamar Júnior)
Filha, Rosaria Moura, afirma que a mãe foi mal antedida dentro da unidade. (Foto: Minamar Júnior)

Além disso, conta que pediu auxiliou para levar a mãe ao banheiro e a enfermeira que a atendeu disse que era para idosa urinar na cama, que depois ela seria trocada. “Tive que colocar uma toalha embaixo dela”, relata.

Na quinta-feira (16), pela segunda vez no hospital, Joana Martins teve nova alta, mas, segundo familiares, começou a passar mal assim que deixou o Pronto Med. “Ela foi sumindo”, conta a filha, acrescentando que, de imediato, levou a idosa ao Hospital Sírio Libanês.

No local, conta a filha, dona Joana recebeu atendimento emergencial e foi encaminhada ao CTI (Centro de Terapia Intensiva) da unidade. Deixou o hospital ontem à tarde.

Em casa, cerca por familiares, faz um apelo: Não quer mais ser atendida na Santa Casa. A dor das picadas de agulho no braço, que deixou hematomas, é mínima se comparadas ao descaso e humilhação a que foi submetida. “Você tem que esperar a boa vontade dos médicos e dos enfermeiros”, diz a filha.

“O que dá mais raiva é que eles fazem um juramento antes de se formar, falando que vão salvar vidas”, comenta a neta, Bruna Paniago, de 18 anos, que socorreu a avó em casa, antes da chegada do Corpo de Bombeiros.

O diretor clínico da Santa Casa, Luis Alberto Kanamura, informou que a família pode procurar a ouvidoria do hospital. Neste caso, os funcionários envolvidos no atendimento à paciente devem responder, por escrito, os questionamentos.

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